quinta-feira, 10 de junho de 2010

Trem da Morte IV - JARDINEIRA



Chegamos a Santa Cruz de La Sierra, estávamos muito esbagaçados e a viagem estava ainda começando. Ficamos hospedados em uma igreja para dormir nos bancos duro de madeira. Tomei um banho frio e tentei lavar minha calça jeans! Total desastre, não tinha sabão e ficou toda mal lavada, partes azuis partes marrom, rsrsrs!

Foi legal conhecer a cidade. Eu havia levado 150 dólares para passar 30 dias viajando, então mordomia não tinha vez. Sempre que eu trocava U$5 dólares, eu recebia umas 100 notas devido à inflação do país.

Precisávamos ir até Cochabamba e o meio de transporte seria o ônibus. Compramos as passagens no “coche de luxo” e o ônibus sairia às 5 da tarde e chegaria de manhã do dia seguinte, por volta das 7hs. Quando chegamos à rodoviária fomos ao local de embarque e ai veio o susto! Na nossa plataforma encostou uma “jardineira” um ônibus com frente de caminhão e bancos que não reclinavam. Discutimos e brigamos que não era o que queríamos, mas não existiam outros “coches de luxo”, só aqueles.

Após a briga aceitamos embarcar, mas o motorista recusava-se a colocar nossas mochilas em baixo do ônibus e queria colocar em cima do mesmo. E não aceitamos por questão de segurança e resolvemos levar a mochila dentro do “coche”. E somente mais tarde descobrimos o motivo.

Na Bolívia eles vendem o espaço físico do acento, ou seja, você podia levar o que quisesse ali naquele banco. Ao meu lado sentou um senhor com um menino de uns 13 anos no colo dele. Na minha frente tinha cinco adultos apertados. Eu tive que levar a mochila no colo, pois o corredor também foi ocupado. A noite seria longa, pois o banco não reclinava.

Após umas 3 horas de viagem, já estava escuro quando o ônibus parou a beira de um riacho, ou seja, no meio da estrada havia um riacho e não tinha uma ponte para atravessar. Nisso veio um trator, amarrou uma corrente na frente do nosso ônibus e começou a puxar o mesmo pelo meio do rio para o outro lado. Pânico generalizado! E foi assim que entendi porque as mochilas não poderiam ir embaixo da condução, pois ficariam todas molhadas. Não acreditei que aquilo estivesse acontecendo. Fora essa travessia, teríamos mais outras duas que colocaria em risco a segurança de toda viagem. (no caminho de volta, nesse trecho fiz de avião por U$23,00)

A noite caiu e dormi apoiando os joelhos no banco da frente, mas durante a madrugada tive que descer os pés no chão, foi quando ouvi um grito! Eu havia pisado na cabeça de uma daquelas pessoas que estavam no corredor e que resolveu se esticar durante a noite, bem embaixo dos meus pés. Foi aquela gritaria para entender o que estava acontecendo.

Após uma noite tensa, chegamos a Cochabamba. E fomos para um albergue. Ficaríamos alguns dias para conhecer a cidade. A cidade muito bonita, pois sua arquitetura é dos anos 40, então parecia que tínhamos voltado no tempo. De lá, iríamos para La Paz de trem. Iríamos atravessar os Andes e essa SIM seria uma noite realmente a prova de fogo, ou frio. (continua)

14 comentários:

Três Egos disse...

Vamos ver o que os Andes nos espera... rs.
E o qeu foi o cara defecando na frente de todo mundo! Eu tb terminaria um namorado por isto, dou todo o apoio... rs

Abraço!

Cris Medeiros disse...

Nossa! Vc precisa ver a minha testa franzida aqui de agonia... ahahah... Ainda mais essa de puxar o ônibus por dentro do rio... Jesuuuuus! Que angústia... rs

Vi o seu comentário no blog do Robson e é bem mesmo o que postei lá sobre o tal dia dos namorados... rs

Beijocas

D. Martins disse...

Marcãoo, que viagem tensa cara!
Quanta história pra contar!! A grande sacada que em meio a tanta pobreza e diversidade cultural, acabamos que aprendendo a entender as dificuldades de um povo!

Acho que é isso que vale muito a pena, em viagens como essa!

abração!

BAU DO FAEL disse...

Pô marcão, pisou na cabeça do guri? Vc tb nem sabe viajar de onibus. Isso que dá ser acostumado com avião...rs rs rs.

cadê seu amigo gringo? Oq ele tava achando dessa viagem "legal"...

Eu não faria isso nem que me pagassem, que no final da viagem, tivesse um pote de ouro...não nasci pra esse tipo de aventura.

O engraçado que quem te conhece hoje, jamais acreditaria que pagou um mico desses...um cara acostumado a gdes hoteis e champagne frances...rs rs rs...

abração.

Lia disse...

Quanta aventura e muita história pra contar.
Beijo.

A Pimentiinha disse...

Marcão mermão que aventuraaa!!! (adoro aventurasss!!!)
Tô amando essa 'saga'!!! rsrsrsrs

Um xêro homi!

Nina disse...

Ahahaha, e a história mantém a qualidade, o suspense e o riso garantido a cada episódio!

Beijo

Flávia Batista disse...

Marcos... quando eu penso que já aconteceui o pior, as coisas ficam mais dramáticas ainda!!! meu deus, quero logo saber o fim dessa história!!!

hauahahaauahauhau

bjss

Flávia Batista disse...

Ah, Marcos, te linkei lá no meu blog, na parte de Blogs que eu recomendo!!!

bjss

lolla linkin(: disse...

oooi, adorei o blog ;
estou seguindo se quiser retribuir ;
um ótimo final de semana, baiser ;*

Isadora disse...

Isso sim é uma aventura digna de ser contada.
Que perrengue, meu Deus. Tem que ter sido muito boa, essa viagem.
Um beijo e bom final de semana

Luis Fabiano Teixeira disse...

Marcos, aquelas conetas me dão nos nervos. Poxa, quanta aventura, preciso ler o que perdi. Espero que vc curta os quadros, há sempre o risco de causar um estranhamento, mas arte é isso mesmo, né?, também pra provocar. Abração!

Italian Stallion disse...

Engraçadíssimo, a única coisa que me fez rir as 02:12 da manhã foi imaginar a aventura da qual tem compartilhado.

ps: eu teria que usar 2 acentos :)

She disse...

hahahahaha fiquei aqui imaginando a cena da gritaria pra entender o que estava acontecendo...bjo, bjo!
She

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