terça-feira, 28 de setembro de 2010

Miami Beach III


O circo estava armado... meus amigos brigando na pista de dança, o garçon cobrando a conta, todos bêbados e a polícia chegando! Foi quando o Mexicano me perguntou o que estava acontecendo e eu disse: O gerente está duvidando da nossa capacidade de pagar essa conta. Eles querem nos colocar para fora. Nunca tinha visto um mexicano ficar tão afrontado. E eu servindo de tradutor para o gerente que já estava do nosso lado.

O Mexicano não se deu por rogado! Sacou do bolso um pacote de notas de U$100,00 enroladas com um elástico e contou 7 delas e entregou na mão do gerente. E ainda bravatou: - Nós não somos caloteiros não. E eu concordei com ele e falei para o gerente pegar o dinheiro porque íamos embora.

Nesse momento, tudo meio embaçado, comecei a ver luzes de lanternas vindas em nossa direção. Uma, duas e três luzes se aproximavam e policiais estavam segurando as mesmas e já foram perguntado:

- Who speaks english here?

Eu falando bem “mole” disse aos policiais, que éramos turistas, que estávamos somente tentando nos divertir, que a situação tinha ficado fora do controle porque um dos nossos amigos foi paquerar uma moça que estava acompanhada. Daí o motivo da briga.

Eles foram muito legais e pediram para que saíssemos e voltássemos ao hotel. E todos concordaram que já era hora de ir embora. Quando chegamos do lado de fora, umas 5 viaturas de polícia com suas luzes azuis e brancas piscando nos esperada do lado de fora.

Os mexicanos pegaram sua BMW (mesmo bebados) e chamamos um taxi para completar a lotação e seguimos escoltados pela polícia até o hotel que estávamos ficando. Chegamos ao hotel e ainda demos muitas risadas e continuamos nos divertindo muito aquela noite. Até que fomos dormir. E eles prometeram aparecer no dia seguinte.

Acordamos com muita ressaca. Mas tínhamos feito dois bons amigos e divertidos. Durante aquele dia eles não deram as caras. E tínhamos um telefone deles que não respondia. Ligamos naquele dia e no próximo e os dois simplesmente desapareceram.

Eu iria sair por três dias para ir até Orlando para os parques da Disney, e parte da turma iria ficar no hotel e eu os veria quando voltasse de Orlando. Mas ainda me intrigava o fatos dos dois rapazes simplesmente terem desaparecido.

Quando voltei de Orlando encontrei a turma. E nem bem terminei de dar oi, eles me disseram:

-Marcão, você não sabe o que aconteceu aqui! Os mexicanos vieram aqui assim que você foi para Orlando. Bem eles são empresários mexicanos e naquele dia o México entrou em uma crise econômica e eles tiveram que voltar às pressas para lá, pois os bancos estavam confiscando o dinheiro dos clientes (algo que vimos acontecer aqui com o Collor) e eles disseram que tinham mais de dois milhões de dólares investidos.

Enfim, eles não poderiam continuar em Miami, mas deixaram um presente para cada um de nós, o cartão de visita deles com telefones de contato e a conta de hotel paga durante toda nossa estadia lá.


Claro que tudo passou por nossas cabeças, mas eles eram do bem. Estavam se divertindo de férias e nada melhor que acompanhar seis brasileiros “duros” e fazer a festa com eles. Até rolou certo “affair” de um deles com uma das meninas, mas coisa normal de “ficantes”.

E assim essas “férias” foram totalmente fora do comum de tudo que poderia esperar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Miami Beach II


Saí de Bogotá as 5hs da manhã rumo a Miami, a viagem foi rápida e ao chegar nos USA segui para Miami Beach. Miami Beach tinha acabado de passar por um processo de revitalização e a maioria dos prédios tinham sido pintados no estilo que marcou os anos dourados de Miami Beach, o Art Deco. O que eu poderia resumir como: “tinta texturizada colorida, aplicada com rolo em toda a parede e até nos interruptores”. Meio simplista, mas o impacto é legal.


Miami Beach tinha muitos hotéis a preços muito baixos, existia até que uma disputa pela ocupação, e um quarto poderia ser fechado por semana por cerca de U$100,00. Quem conhece Miami Beach vai entender o que estou falando. O Lincoln Road era um deserto, poucas lojas funcionando e não tinha nada a ver com o glamour que é hoje.

Ficamos num hotel beira mar, muito grande e a quantidade de velhinhas que circulavam era incrível. Nesse hotel encontramos com outros brasileiros que também haviam feito o “esquema” de viagem pelos dólares e logo ficamos todos amigos, até porque, do nada apareceu uma garrafa de pinga para auxiliar na união.

Enquanto bebíamos na piscina do hotel, dois mexicanos que estavam por ali viram a animação e foram se aproximando do nosso grupo que estava composto por 3 homens e 3 mulheres. Logo se enturmaram e dávamos boas risadas, pois esse era o nosso único compromisso. Bebemos umas 2 garrafas de pinga e improvisamos umas caipirinhas. Estava muito calor e posso dizer que não queria outra vida.

Uma coisa eu tinha que ficar muito atendo, que era a questão de grana. Eu estava viajando com o dinheiro contado e não poderia ficar ali na dureza e teria ainda mais alguns dias pela frente. Mas para quem já tinha feito o trem da morte àquilo era o paraíso.

Os Mexicanos conheciam bem Miami e ao final da tarde estávamos enturmados como amigos de infância. Eles nos convidaram para sair à noite para uma Boate e todos sem exceção toparam.

Combinamos o horário e eles disseram que viriam nos buscar. Na realidade eles estavam encantados com as três brasileiras que estavam conosco. Elas também estavam no esquema dos dólares e eram muito bonitas. O que deixou os Mexicanos doidos para conhecê-las melhor.

As 20hs em ponto os dois apareceram no hotel. De banho tomado e todos arrumados e bem vestidos. Perguntamos aonde iríamos e eles disseram para não nos preocuparmos. Eles disseram que estavam de carro e iriam fazer duas “viagens” para levar todo mundo, pois não iríamos caber todos de uma vez.

Na porta do hotel tinha uma BMW preta novinha e esse era o carro deles. Todos nós nos entreolhamos e percebemos que os caras não eram “fracos”.

Quando chegamos à boate, era um misto de boate e restaurante e adega. Eles me disseram que naquele lugar o presidente do USA tinha ido jantar e tomado uma garrafa de vinho de U$ 50.000. Logo me veio à mente. “To ferrado” não vou poder nem tomar água aqui dentro.

A mesa estava feita, éramos em 8. O mexicano se adiantou ao garçon e pediu. Uma garrafa de Whiskey! Fui checar o preço U$ 220,00!



Claro que uma garrafa em oito não seria um estrago, mas essa garrafa secou rapidamente e logo veio a segunda e a terceira garrafa já não abaixava tão rápida, pois todos já estavam veio “altinhos”. E a conta também! U$ 660,00 em três garrafas de Whiskey e 8 latinos bêbados em um dos lugares mais caros de Miami Beach. Dançando e agitando toda boate.

Quando o garçon chegou para mim (que era o único do grupo que falava inglês) e disse:

- Mr. The manager wants you to check the drinks now! (o gerente queria que pagássemos aquelas bebidas). Nós teríamos que pagar toda aquela conta se quiséssemos continuar lá. Nesse exato momento uma briga começou no meio do salão e eu disse ao garçon:
- Why dont´t you worry about the trouble makers? (Porque não se preocupa com os arruaceiros)

- Sir, those are your friends! We called the police!(Senhor, eles são os seus amigos, nós já chamamos a polícia).

Foi ai que percebi que a coisa estava pegando.... (continua)

sábado, 18 de setembro de 2010

Miami Beach I


O Brasil passou por momentos que se hoje contarmos para alguns pode parecer uma coisa de louco. Na realidade pode até parecer mentiroso, mas muitas pessoas que lerem esse post poderão lembrar-se dessa época.

Nós vivemos uma época que a economia era uma loucura. Inflação de 3% ao dia, deixar dinheiro na carteira era mesma coisa que rasgar dinheiro. Usava-se cheque de forma indiscriminada, até para pagar um maço de cigarros.



A única moeda que dava um sentido a estabilidade econômica ou a um referencial de valor era o dólar. Então você poderia manter o referencia de quanto algo valia se mantivesse o preço em dólar na sua cabeça.

Mas o dólar subia desesperadamente todos os dias. Mas se uma coca-cola custava U$ 2,00, amanhã também custaria e assim por diante. Mas em cruzeiro um dia era Cr$ 500,00 no outro dia Cr$ 515,00 e no outro Cr$ 535,00. Loucura total.

Para manter o referencial você comprava dólares, quando recebia seu salário, parte deixava aplicado no banco (o chamado over night) e para uma reserva especial, você mantinha uns dólares. Mas não pense que se comprava dólar com facilidade. Tinha o preço do dólar oficial e o preço do dólar paralelo. Cada pessoa somente poderia comprar dólares pelo preço oficial um limite de U$ 1000,00. No paralelo o preço do dólar dobrava de valor.

Algumas agências de turismo faziam às vezes de agência de câmbio, o que não era permitido também. Porque compra e venda de moeda estrangeira somente estava autorizado pelos Bancos. Mas essas agências faziam o seguinte. Pegavam seu passaporte, lhe davam uma passagem para Miami, e dos U$ 1000,00 que você poderia comprar você somente comprava U$ 400,00 pelo cambio oficial. Alguém aqui tem dúvida que eu não entrei nessa???

Eu não tinha nada a perder, iria ficar 10 dias em Miami, não iria pagar a passagem, mas em contra partida somente iria levar U$ 400,00 e uns U$ 200,00 pelo preço do paralelo. Mas naquela época se você trouxesse um vídeo cassete que custava U$ 200,00 poderia vendê-lo aqui por U$ 800,00.

Para fechar a conta, vamos lá, eu ficaria 10 dias de graça nos USA. Você toparia?

Um amiga e o irmão dela toparam fazer o “esquema” o que iria deixar a estadia ainda mais em conta porque iríamos dividir o hotel em três.

A passagem aérea era pela Avianca, e teríamos que pernoitar em Bogotá. Uma oportunidade a mais para conhecer um país diferente. Chegaríamos de dia e o vôo para Miami seria somente na manhã seguinte. Legal dar um role na noite de Bogotá, na época a mais perigosa cidade para se viver na América Latina por conta do tráfico de droga.



Embarcamos para nossa viagem e quando chegamos a Bogotá um agente da Avianca já nos orientou: - Señores, tiene una buseta esperando para llevarlos al hotel.

A primeira pergunta que eu fiz: - Mas vão caber todos dentro de uma só?

Aquela noite em Bogotá foi pitoresca. Fomos orientados a não deixar nada de valor no Hotel e também não deveríamos levar nossos passaportes se saíssemos à rua. Acompanharam? Não era seguro deixar nada no hotel e nem tampouco levar conosco. O que não nos impediu de conhecer o centro de Bogotá, muito agitado até tarde da noite e patrulha da policia fazendo batidas policiais em todas as esquinas.

Não fosse essa viagem permeada de novidades o que iria nos acontecer em Miami naqueles dias seguintes era algo inacreditável..... (continua)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

São Paulo


Quando eu era criança muito pouco eu considerava ou avaliava da cidade em que eu estava morando. Pois as coisas importantes que te cercam são os parques, as escolas e a casa de parentes e amigos. Fora isso sua vida esta limitada. Você não está preocupado com centro de compras, centros comerciais e se a cidade é muito grande ou não.

Mudei para Piracicaba com 6 anos e posso dizer que apesar de não ser uma cidade muito pequena era uma cidade muito provinciana. Eu vivia na rua brincando, as pessoas costumavam colocar as cadeiras nas portas das casa a noite e ficar vendo o movimento e na realidade fazendo um social.

Minha família nunca fez isso! Meu pai era um homem culto e minha mãe também, logo eles tinham uma visão bem mais abrangente do que a maioria das famílias, que vezes nunca haviam saído da cidade.

Meu pai viajava muito por todo Brasil e às vezes para fora. E tinha reuniões freqüentes em São Paulo e Rio.

Eu tinha uma vida muito gostosa, uma infância muito ativa e me diverti muito, mas logo fui crescendo e algumas coisas da infância já não me atraiam mais. Normal para todas as crianças. Mas eu tinha sonhos altos, tudo era muito legal, mas algo rolava dentro de mim que começava a me fazer sentir como uma carta fora do baralho.

Quando tinha 13 anos meu pai tinha uma reunião em São Paulo e me levou junto para conhecer a cidade. Eu achei aquilo bárbaro! E lá fomos nós para São Paulo. Saímos cedo para pegar o ônibus na rodoviária. A viagem durou cerca de 2 horas e pouco.


Logo que o dia clareava o ônibus vindo de Piracicaba entrou pela Marginal Tiête e seguiu rumo a estação da Luz. (Rodoviária antiga de São Paulo). Eu fique encantado conforme íamos passando pelos prédios e conforme passávamos pelo agito da cidade grande. Descemos da condução e seguimos do metrô da Luz até a estação Liberdade.

Durante o dia meu pai ficou em reunião e eu fiquei rodando pelas vizinhanças, claro que morrendo de medo de me perder.

Ao final da tarde partimos de volta para Piracicaba. Lembro-me como se fosse hoje eu falando para mim mesmo:

- Eu um dia irei morar nessa cidade eu nasci para esta vida e não para a proposta de vida de Piracicaba.
Devo confessar que aquela viagem mudou minha vida. Dois anos depois mudamos para Campinas, que já me aproximava bem mais de São Paulo. No ano seguinte fui morar fora do Brasil e quando voltei terminei meus estudos e fui para São Paulo fazer faculdade.



Adoro São Paulo, é algo realmente difícil de explicar, mas a cidade é incrível para as pessoas que tem essa tendência urbana.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Fantoches


Conviver com muitas pessoas no trabalho ou na vida social faz com que você acabe aprendendo como as pessoas usam de artimanha para conseguir as coisas.

Isso não é uma peculiaridade do ser humano, até quando temos uma criação, um cachorro ou gato, percebemos como esses bichinhos dominam nossas vidas. Eles são espertos e ensinam "truques" para seus donos. Mas quem gosta de bicho até sabe que esta sendo manipulado.

Agora incrível é quando as pessoas fazem isso e acham que não são percebidas. É uma construção de pequenos movimentos estratégicos, frases com um efeito, que na realidade quer dizer exatamente o contrário. É como construir um castelo de Lego. E o interessante é que acabamos vendo a pessoa fazer isso e deixamos para não desmotivá-la até porque a primeira reação seria negar que está construindo um cenário para conseguir seu objetivo.

Em treinamento de vendas eu ensino as pessoas a usar de toda a psicologia e estratégia para criar um cenário para conseguir o efetivo fechamento do negócio. Fazer o outro acreditar que está liderando a situação. Assim, é bastante fácil para mim perceber quando alguém quer fazer o mesmo comigo.

Têm pessoas que conseguem construir durante semanas as vezes até meses um cenário para conseguir determinada coisa. Porque não querem ser objetivas o que muitas vezes encurtaria um caminho enorme caso fossem objetivas ou no mínimo estariam sendo sinceras com o proximo.

Existem alguns comentários que são feitos justamente para puxar um determinado assunto e se você reagir de forma diferente, ou seja diferente da "maneira esperada" você surpreende aquele que quer armar um determinado cenário ou fazer você dizer algo que efetivamente não está afim.

Por exemplo: Se alguém chega para você e diz "-Olha eu cumprimentei aquele negro, você viu como eu não sou racista?" ou "-Eu até que não sou feio, viu aquela menina me paquerando?" ou "-Eu não fumo e não bebo, você vê como eu sou saudável?" ou tantos outros exemplos de frases que praticamente forçam você a dizer o que a pessoa quer ouvir simplesmente para massagear o ego dela. O que dizer nesses casos? Se você reagir diferente elas já saem vitimas. E se acham merecedoras de retratação.

No fundo todos nós agimos um pouco como manipuladores só que algumas pessoas fogem do bom senso. Aceitar que falou algo inapropriado é um ato de humildade. Trabalhar em um ambiente onde existem dezenas de pessoas articulando situações para se dar bem é uma coisa que estressa e faz você refletir se vale a pena estar nesse meio.

Assim ou acabamos sendo fantoches ou controlando as linhas. E você?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Practical Joke!


A gente quando é mais nova faz umas coisas que não dá para explicar! O caso aconteceu mais ou menos assim:

Morar em uma "república" quando se é estudante têm muitos pontos negativos, mas em contra partida têm muitos outros ótimos. Eu tinha umas amigas que vieram de Tatuí SP para estudar em Campinas. As três entraram na faculdade ao mesmo tempo e resolveram “montar” uma república.

Para mim aquilo era show de bola, porque elas tinham muitas amigas e cada uma fazia uma faculdade diferente e tinhamos muitas festas. A semana inteira tinha festa para ir e eu sempre ia acompanhando as meninas. Olha, eu conheci muita gente! Aproveitei bastante, aprontei bastante também!

Eu até relatei um carnaval que fui para Tatuí na casa delas. O fato é que a gente se divertia muito. O apartamento delas era de um dormitório, mas era bem legal e no prédio tinham outras republicas. Legal como era fácil se enturmar.

Para as pessoas que me conhecem, sabem que eu tenho um problema de dermatite no rosto. Nada sério e eventualmente fico com as bochechas vermelhas e não dura mais que um ou dois dias. Depende do stress...rs...rs...rs. Por conta disso, sempre fiz consultas com dermatologistas e acabei conhecendo tudo que esta rolando nesse assunto.

Um amigo que trabalha na indústria farmacêutica disse uma vez que nunca os laboratórios vão investir para achar a cura para dermatite. Pois não é algo "grave", as pessoas convivem sem problemas e acabam gastando muita grana em pomadas e cremes. Seria como matar a galinha dos ovos de ouro.

Mas voltando ao assunto das “repúblicas”. Estava eu um dia no apartamento das minhas amigas e lá chegou uma moça, muito bonita para visitá-las e ela chamava-se Ana. Ela era ruiva e com muitas sardas no rosto que davam um charme para ela. E logo fui apresentado para ela. E ficamos conversando na sala, ela fazia arquitetura. E ela me perguntou:

- Você está estudando o que?

Sem pensar muito falei:

- Medicina!

Minhas amigas arregaralam os olhos pois sabia que eu fazia Direito, mas elas eram minhas “cúmplices” e sabiam que eu estava brincando com a Ana, e resolveram botar “pilha” na brincadeira.

- Nossa que legal! Que ano você está?

- Quarto ano! Vou me especializar em dermatologia.

Quando falei "dermatologia", ela emendou:

- Olha que legal, sabe, eu tenho um problema aqui no meu rosto que vem e volta. Fica vermelho e desaparece......

- Deixe-me ver?

E fiz uma “consulta” para aquela vítima da minha brincadeira. Falei que parecia ser uma dermatite e que existiam medicamentos blá blá blá! Enfim, ela ficou encantada. Mas recomendei que procurasse um especialista, pois eu estava impedido de receitar uma vez que ainda era estudante.

A conversa estava boa e do nada, ela olhou para o relógio e disse:

- Nossa! Estou super atrasada tenho que ir.

E antes que tivéssemos tempo para desmentir a brincadeira ela saiu do apartamento e foi embora. Demos boas risadas do assunto e prometemos reparar a verdade assim que a encontrássemos novamente.

Cinco anos depois...

Já formado em direito, fui a um Cocktail na Prefeitura de Campinas onde haveria uma palestra. E quem eu vejo de longe? Ela mesma! Ana, que formada em arquitetura estava trabalhando na prefeitura. Fui à direção dela que estava sendo a anfitriã da recepção e estava com um grupo de 10 pessoas. Quando ela me vê abre um sorriso, me abraça e fala bem alto para todos:

- Amigos, este é o Dr. Marcos, ele é dermatologista e me ajudou a resolver um problema que eu tinha!