terça-feira, 21 de junho de 2011

A bolinha



Perder um ente querido não é facil mesmo quando o cenário já é anunciado por uma enfermidade e somente quem já passou por uma situação dessa sabe o que estou falando. Receber o apoio em um momento tão dificil da sua vida é um alento que não tem preço.


Quando perdi meu pai, após um período de doença, um dos seus amigos que gostava muito dele foi uma figura fundamental para dar apoio a família e facilitar um momento difícil. Ele era mais jovem que meu pai, militar do exército, muito influênte em diversos setores dos orgão públicos da cidade.


Meu pai era um homem muito conhecido e todos sabiam que seu velório teria centenas de pessoas e a logística junto aos orgãos de trânsito foi toda coordenada pela influência do seu amigo, Eli.


Sua presença foi marcante não só naquele momento dificil, mas também quando, após isso se mobilizou junto a câmara dos vereadores para homegeá-lo, dando a ele o nome de um praça da cidade. O que após mais de 7 anos foi conseguido em dezembro de 2010.


Sempre encontrava o Sr. Eli na Igreja e ele muito alegre, ágil vinha até mim para poder me dar um abraço. Ele tinha aquela aura de servir. Muitas vezes, quando recebia algum militar de alta patente na escola de cadetes do exército, onde ele era emérito, procurava a minha empresa para emprestar alguns carros de luxo para levar os oficiais. E sempre conseguia a autorização para liberar esses carros.


Um dia veio a notícia, que esse querido amigo teve um AVC, que havia paralisado metade do seu corpo. Algo inaceitável para um homem tão ativo e que vivia a vida. Eu fiquei arrasado, pois sei que a mobilidade é fundamental a todos, mas para ele simplesmente era tudo.


Como forma de motivá-lo, comprei uma pequena bolinha macia, prápria para exercícios fisioterápicos e deixei em cima da prateleira do meu escritório para levar para ele. A vida é corrida, e sempre aquela bolinha ali me lembrava que tinha de leva-la para o meu amigo, uma forma simples de apoio e uma visita também.


Enfim, não deu tempo para levar a bolinha até ele. Essa semana ele faleceu!, Alias fui omisso e sempre achei estava muito ocupado e desculpas atrás de desculpas. Sei que ele sabia que eu gostava dele, mas perdi a oportunidade de mostrar isso a ele. Assim, a vida nos faz entender o jargão "não deixe para amanhã o que pode fazer hoje" é porque você mesmo pode ser o maior prejudicado.

Adeus meu amigo Eli, e obrigado!


13 comentários:

Cris Medeiros disse...

Já aconteceu algo parecido com uma chefe que tive que me ajudou muito a fazer umas mudanças da minha vida. Quando ela adoeceu, fiquei de ir lá e essa coisa da vida corrida também não deu tempo. Agora aprendi que quando a gente sabe que pessoa tá doente, tem que ir imediatamente.

Beijocas

Unknown disse...

Acho que ele sabe sim, quero crer que ele sabe que você esteve e continua a estar pensando nele com carinho.

Beijo pra você!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

não se amargure querido. com toda certeza ele sabia e reconhecia o seu carinho e seu afeto por ele e isto é o q conta. a vida muitas vezes nos faz sentir assim, mas isto faz parte. muito bacana este seu sentimento e esta disponibilidade para com os outros ... coisa rara nos dias de hoje.

feliz com sua volta aqui no Meu [Seu] Pitaco ...

bjão

BAU DO FAEL disse...

ohhh fiote...foi emocionante seu post.

O Eli, como a familia toida dele sabe o qtos vcs o queriam bem. Não se preocupe.

abração

Flávia Batista disse...

Marcos, na verdade, acho que isso já aconteceu com td mundo!
a gente se sente péssimo, a pior pessoa do mundo... mas a vida é assim msm. Ele, com ctz, o tinha como uma pessoa querida e devia ter boas lembranças de vc!

Obrigada pela visita, tá?!
Um beijo!

Lobo disse...

Nunca passei por situção parecida, não tenho idéia do que seja lidar com essa culpa. Mas uma vez do outro lado, não dá pra fazer mais muita coisa, não é? A vida segue.

Abração Marcos!

She disse...

Ahhhhh! Oi querido Marcos! Sinto muito! Fique bem... Ele sabe, ele sabe! ;)

Senti falta de seus posts...rs

Beijo, beijo!
She

Marcia disse...

Oi Marcos,
Fazia tempo que vc não postava e aparece com uma reflexão tão bacana. minha mãe teve um AVC de repente há um pouco mais de 3 meses, e se foi, resisitindo na UTI desenganada por 10 dias , durona, como viveu. Renato Russo tinha razão demais quando dizia que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Espero que vc fique bem.Um beijo grande,
Marcia

::::FER:::: disse...

aconteceu que a muito tempo atras uns 15 anos eu tive um amigo que foi muito presente na minha vida até nossos cursos serem mudados. Minha irmã é enfermeira, e um dia ela me disse seu amigo esta internado depois de tantos anos, eu revi ele ja estava irreconhecível estava com hiv, eu fui lá fiz a visita relembramos tanta coisa , demos algumas risadas , orei com ele, depois de alguns dias ele faleceu, a sensação é horrivel.



:::FER:::

CAIS DO ORIENTE disse...

É amigo, demonstrações de amor e agradecimentos, não devem ser adiadas, pois elas podem chegar tarde...
Ficou a lição, né??!
Tenho certeza que estamos aqui pra aprender, acho que isso vc já compreendeu...
Fica bem, e o meu carinho!
Nádia

::::FER:::: disse...

Olá fazia tempo que eu não vinha aqui, então estou aqui novamente te visitando e relendo seu texto!

Marcos disse...

Fer Obrigado pela visita realmente eu ando meio relaxado e não tenho escrito mais... mas algumas coisas eu vou voltar a fazerm em 2012 e blog é uma delas.. abç e brigadu pela visita.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Gente outro dia falando com o Rafael Leoni lembrei de vc ... Saudades ...

bjão

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