quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Só pra lembrar que existo.

Tá Bom, eu sei que ando fugido do meu blog, mas eu vi esse video e me deu muita vontade de compartilhar com meus amigos dos blogs. Só para lembrarem que eu existo...

Espero que vocês gostem.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mi Buenos Aires Querido!



Quanto tempo que não blog, que estou com saudades dos meus amigos aqui. Obrigado por todas as mensagens recebidas no meu ultimo post que faz um tempão mas eu estava precisando de umas férias merecidas.

Eu não sei se acontece com quem está lendo agora, mas chega um momento que o trabalho não rende. Eu fui muito “workaholic” e acabei acumulando duas férias e mais outras duas que não tirei inteira. Isso faz mal, se você estiver fazendo isso, pare já!

Mas não estou postando hoje para falar das mazelas de férias não tiradas e do stress todo que acumulei nesses anos todos, esse vai ser outro post no futuro.

Quero compartilhar a grata surpresa que tive ao visitar Buenos Aires. Claro que tive uma ajuda ENORME da dona do Blog atitude que me deu dicas ótimas sobre a cidade e sobre lugares para ir e os “macetes” todos para fazer um turismo seguro.



Buenos Aires é uma cidade linda, limpa, com uma arquitetura super bonita, com avenidas largas e arborizadas. Lugares e passeios ótimos, muito vinho, gente bonita e preços relativamente bons! Difícil ter que dizer, mas a Argentina me surpreendeu e eles têm do que se orgulhar. Mas eles sabem que “se acham” mais do que o resto da America latina e estão mordendo uma corrente porque o Brasil está com uma economia estabilizada.

Quarenta por cento do turismo deles vem dos brasileiros (dados da revista Veja). Estava eu belo e formoso andando pela Calle Florida, uma tradicional rua de lojas com muitos turistas onde os “camelôs” locais oferecem shows de tangos e restaurantes da região quando um cara vendendo não sei o que, me abordou falando em inglês. Por certo me tomou por turista que não fosse latino americano. Ele perguntou:

- Hi there, where are you from?

Eu respondi, Brasil!

Ele transfigurou e disse: - Queria que a Argentina estivesse tudo muito caro para nenhum Brasileiro pisar mais aqui!

Enfim, uma demonstração de racismo e preconceito que eu jamais havia provado! Admito que me fez refletir a situação toda. Fiquei incomodado, mas conformado pois afinal nos somos mais de 190 milhões e devemos ter um numero muito maior de brasileiros maltratando Argentinos.

Em contra partida, varias demonstrações de civilidade e educação, tiraram essa imagem. Varias vezes minha esposa teve o lugar cedido no metro por alguém que estava sentado (claro que perceberam que éramos turistas). Varias vezes abriram a porta dando a vez para ela passar. Então mais créditos do que débitos no período que lá fiquei.

Um passeio que recomendo para quem quer visitar uma cidade agradável com bons vinhos e bons restaurantes (apesar que sofri para entender o cardápio deles), mas esse assunto vai para outro post.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quem tem Atitude?


Eu lendo o blog do Bau do Jamal http://eleojamal.blogspot.com/2010/11/meu-mundo-blog.html resolvi escrever este post e pegar o gancho.

Quando comecei a escrever no blog estava meio desanimado e a dinâmica ficou meio confusa justamente pela variedade de estilos de blogs existentes. Mas logo fui me acertando. Eu tenho a possibilidade de diariamente cometar os textos dos blogs pessoalmente com o Jamal (Rafael) e falamos das pessoas e dos blogs como se fossem pessoas conhecidas. E elas são!

Realmente é incrivel como nossos amigos do blog são tão reais e presentes em nossas vidas. Como é gostoso poder mergulhar nas mais diversas vidas de pessoas das mais diversas origens e com as mais diversas experiencias de vida.

Eu agradeço a Deus por dar possibilidade da tecnologia me fazer viajar por tantos lugares. E conhecer tantas pessoas.

Por conta de uma pessoa ou melhor de um blog http://atitudesubstantivofeminino.blogspot.com/search/label/Buenos%20Aires falando sobre Buenos Aires, Argentina eu estou indo dia 16 de novembro para ficar uma semana lá. Olha, a dona do blog é fantástica, escreveu emails otimos dando dicas otimas... tudo anotado e impresso. Até o apartamento, o local e a agenda ela me ajudou.

Meu agradecimento público a você dona do blog atitude, que vou respeitar e não falar o nome real, obrigado por toda ajuda dada de forma incondicional.

Recomendo que conheçam esse blog tão original e vivo, sem firulas e compartilhem a familiaridade do dia a dia dela pois ela tem atitude. E quem quiser saber da Argentina não perca a oportunidade de ler os posts dela. E quem quiser acompanhar um blog gostoso também.

Em breve retomarei a periodicidade de escrever aqui, minha ideias estão borbulhando... mas mesmo não estando tão frequente, tenho certeza que meus amigos de blog estarão sempre aqui.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Luz, Câmeras, Ação!


Minha cabeça deve estar lesada. Só pode ser essa a justificativa por não escrever esses dias. Eu já cheguei a pensar que poderia ter uma coluna diária sobre os assuntos do cotidiano mas escrever com compromisso é diferente. Passa a ser obrigação e ai você fica no stress.

Meu respeito aos colunistas que escrevem diariamente em jornais, sites e outros, pois você tem que estar totalmente antenado para não escrever muita bobagem. Tudo bem que tem gente que escreve bobagem, mas não duram muito na midia.

Outro profissional que também merece meu total respeito são os atores e atrizes de teatro e tv. Não somente os famosos mas esses que fazem comerciais de TV que na realidade não estão o tempo todo na midia. As vezes vão fazer somente um free lance.

A maioria das pessoas que me acompanha no blog sabe que eu trabalho com carros. E já faz 6 anos que eu faço os comercias da loja ou melhor, que faço a divulgação no shop tour e tv local de programas de venda de carro. Eu não faço oferta, faço o Institucional.

Por conta dessa familiaridade com as cameras e por ser uma figura já conhecida, a agencia de marketing resolveu fazer um comercial nos cinemas e tv aberta da região, com este rostinho lindo que Deus me deu (bazinga!).

Lá fui eu todo pimpão sexta passada gravar 55 segundos. Não poderia ser 60 segundos e nem 53 segundos, teriam que ser cravados 55 segundos. Olha eu não sou piloto de formula 1 que controla "décimos" de segundo. Cenário escolhido, roteiro escolhido e 3 atores profissionais para interagir comigo e ai começou a epopéia.

Cronometro em mãos, cameras, luz e uma equipe de 10 pessoas. O calor comia solto, e comecei o que imaginei que seria resolvido em 30 minutos no MÁXIMO. Repeti a fala uma, duas, dez, cincoenta, 100 vezes, 200 vezes... cinco horas depois, conseguimos escolher a melhor tomada.

Eu fiquei um bagaço, depois de 3 horas já estava no limite, sabe o que é você repetir a mesma frase com sorriso no rosto e manter a animação, dificil! O suor escorria tinha que parar, secar, ficar no mesmo local, ergue mais o braço, ergue menos o braço, olha mais para esquerda, olha para direita, sorria, mantenha o ritmo, Luz - Câmera - Ação, olha.... não foi fácil. Quase me ocorreu jogar tudo para cima. Mas o pessoal falou que era normal! Para mim, não tem nada de normal.

Ficou a lição, e hoje quando vejo um comercial de 30 segundos ou 60 segundos ou um ator de teatro com uma fala enorme sem erros e na tv uma fala gigante que você percebe que não tem corte... olha, meu maior respeito a esses herois.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Vamos combinar que?


É interessante como de tempos em tempos surgem algumas frases ou palavras, ou chavões que dominam as conversas. Não sei de onde vem e nem quem as criam, mas elas pegam e infestam o nosso cotidiano. E quando menos percebemos, até quem não gosta está falando e repetindo.

Não sou avesso a falar de acordo com o que está sendo usado no popular mas, tem horas que esses “populismos” da língua vão ao extremo e em uma conversar com 2 sentenças elas são repetidas a exaustão.

O chavão do momento que virou um vício de linguagem é falar “vamos combinar que” antes de você declarar algo!

Porque temos que “combinar” algo? Eu não quero ficar combinando as coisas. Eu não acho que antes de todas as declarações você deva chegar e dizer... –“Vamos combinar que tomar chuva é um saco” ou –“Vamos combinar que horário de verão é legal!” ou –“Vamos combinar que carne de panela é bom.”

Sabe, esse tal de “vamos combinar que” está entrando para o rol dos: “A nível de” – “Tipo assim” – “Enquanto pessoa” – “Primeiramente”.
Enfim, ficar combinando as coisas não é legal, é melhor você ter opinião própria e se a outra pessoa achar por bem concordar com você então beleza, está combinado.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Príncipe Encantado.


“As flores coloriam o gramado e as flores do campo se enchiam de abelhas, quando surgiu montado em um cavalo branco ele, que rumava em direção de sua amada. Ela toda de branco, se protegia do sol com uma sombrinha branca. Ela atravessou a ponte que os separavam e com trombetas tocando seguiu ao encontro do seu grande amor. Ele declarou seu amor cantando uma linda canção e assim, ela se uniu ao seu príncipe após 15 anos de espera.”

O texto acima poderia ter sido retirado de qualquer romance ou revista do estilo “Sabrina”, mas não foi. Hoje, domingo dia 10 do 10 de 2010 as 10 e 10 da manhã fui ao casamento de um amigo e lá presencie a cena acima. Foi emocionante, porque tudo foi feito de forma simples e sem pompas e acima de tudo. Foi feito para eles e não para mostrar para aos outros.

No mundo de hoje onde os relacionamentos estão cada vez mais superficiais, onde as pessoas se unem e se separam como trocam de roupas. Essas expressões de crença na união sincera e comprometida estão cada vez mais raras.

Hoje refleti essa questão e quero que meus amigos aqui também reflitam.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E para o povo Brasileiro.


Pensando no resultado das eleições eu imagino. Quantos blogs hoje estão abordando esse assunto e claro que eu não preciso falar nada. Todos já esgotaram o assunto ao extremo. Uns para o Serra, outros para a Dilma e muitos pela performance da Marina.

Minha opinião é (1 minuto de silêncio)!

Não sou um cara político. Alias, todos nós somos seres políticos, todavia não sou da politicagem. Em algum momento da vida da gente pode acontecer de nos envolver em algum tipo de política. Nem que seja no condomínio do prédio. No centro acadêmico da faculdade. Na comissão de formatura e tantas outras expressões políticas. E você percebe a cáca que fez.

Isso tudo é um lixo! Porque a vaidade e a ganância pelo poder move os homens.

Então eu quero falar neste post de hoje sobre algo muito mais importante! Então segue:

blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá.
e

Espero que tenham aproveitado o assunto.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Miami Beach III


O circo estava armado... meus amigos brigando na pista de dança, o garçon cobrando a conta, todos bêbados e a polícia chegando! Foi quando o Mexicano me perguntou o que estava acontecendo e eu disse: O gerente está duvidando da nossa capacidade de pagar essa conta. Eles querem nos colocar para fora. Nunca tinha visto um mexicano ficar tão afrontado. E eu servindo de tradutor para o gerente que já estava do nosso lado.

O Mexicano não se deu por rogado! Sacou do bolso um pacote de notas de U$100,00 enroladas com um elástico e contou 7 delas e entregou na mão do gerente. E ainda bravatou: - Nós não somos caloteiros não. E eu concordei com ele e falei para o gerente pegar o dinheiro porque íamos embora.

Nesse momento, tudo meio embaçado, comecei a ver luzes de lanternas vindas em nossa direção. Uma, duas e três luzes se aproximavam e policiais estavam segurando as mesmas e já foram perguntado:

- Who speaks english here?

Eu falando bem “mole” disse aos policiais, que éramos turistas, que estávamos somente tentando nos divertir, que a situação tinha ficado fora do controle porque um dos nossos amigos foi paquerar uma moça que estava acompanhada. Daí o motivo da briga.

Eles foram muito legais e pediram para que saíssemos e voltássemos ao hotel. E todos concordaram que já era hora de ir embora. Quando chegamos do lado de fora, umas 5 viaturas de polícia com suas luzes azuis e brancas piscando nos esperada do lado de fora.

Os mexicanos pegaram sua BMW (mesmo bebados) e chamamos um taxi para completar a lotação e seguimos escoltados pela polícia até o hotel que estávamos ficando. Chegamos ao hotel e ainda demos muitas risadas e continuamos nos divertindo muito aquela noite. Até que fomos dormir. E eles prometeram aparecer no dia seguinte.

Acordamos com muita ressaca. Mas tínhamos feito dois bons amigos e divertidos. Durante aquele dia eles não deram as caras. E tínhamos um telefone deles que não respondia. Ligamos naquele dia e no próximo e os dois simplesmente desapareceram.

Eu iria sair por três dias para ir até Orlando para os parques da Disney, e parte da turma iria ficar no hotel e eu os veria quando voltasse de Orlando. Mas ainda me intrigava o fatos dos dois rapazes simplesmente terem desaparecido.

Quando voltei de Orlando encontrei a turma. E nem bem terminei de dar oi, eles me disseram:

-Marcão, você não sabe o que aconteceu aqui! Os mexicanos vieram aqui assim que você foi para Orlando. Bem eles são empresários mexicanos e naquele dia o México entrou em uma crise econômica e eles tiveram que voltar às pressas para lá, pois os bancos estavam confiscando o dinheiro dos clientes (algo que vimos acontecer aqui com o Collor) e eles disseram que tinham mais de dois milhões de dólares investidos.

Enfim, eles não poderiam continuar em Miami, mas deixaram um presente para cada um de nós, o cartão de visita deles com telefones de contato e a conta de hotel paga durante toda nossa estadia lá.


Claro que tudo passou por nossas cabeças, mas eles eram do bem. Estavam se divertindo de férias e nada melhor que acompanhar seis brasileiros “duros” e fazer a festa com eles. Até rolou certo “affair” de um deles com uma das meninas, mas coisa normal de “ficantes”.

E assim essas “férias” foram totalmente fora do comum de tudo que poderia esperar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Miami Beach II


Saí de Bogotá as 5hs da manhã rumo a Miami, a viagem foi rápida e ao chegar nos USA segui para Miami Beach. Miami Beach tinha acabado de passar por um processo de revitalização e a maioria dos prédios tinham sido pintados no estilo que marcou os anos dourados de Miami Beach, o Art Deco. O que eu poderia resumir como: “tinta texturizada colorida, aplicada com rolo em toda a parede e até nos interruptores”. Meio simplista, mas o impacto é legal.


Miami Beach tinha muitos hotéis a preços muito baixos, existia até que uma disputa pela ocupação, e um quarto poderia ser fechado por semana por cerca de U$100,00. Quem conhece Miami Beach vai entender o que estou falando. O Lincoln Road era um deserto, poucas lojas funcionando e não tinha nada a ver com o glamour que é hoje.

Ficamos num hotel beira mar, muito grande e a quantidade de velhinhas que circulavam era incrível. Nesse hotel encontramos com outros brasileiros que também haviam feito o “esquema” de viagem pelos dólares e logo ficamos todos amigos, até porque, do nada apareceu uma garrafa de pinga para auxiliar na união.

Enquanto bebíamos na piscina do hotel, dois mexicanos que estavam por ali viram a animação e foram se aproximando do nosso grupo que estava composto por 3 homens e 3 mulheres. Logo se enturmaram e dávamos boas risadas, pois esse era o nosso único compromisso. Bebemos umas 2 garrafas de pinga e improvisamos umas caipirinhas. Estava muito calor e posso dizer que não queria outra vida.

Uma coisa eu tinha que ficar muito atendo, que era a questão de grana. Eu estava viajando com o dinheiro contado e não poderia ficar ali na dureza e teria ainda mais alguns dias pela frente. Mas para quem já tinha feito o trem da morte àquilo era o paraíso.

Os Mexicanos conheciam bem Miami e ao final da tarde estávamos enturmados como amigos de infância. Eles nos convidaram para sair à noite para uma Boate e todos sem exceção toparam.

Combinamos o horário e eles disseram que viriam nos buscar. Na realidade eles estavam encantados com as três brasileiras que estavam conosco. Elas também estavam no esquema dos dólares e eram muito bonitas. O que deixou os Mexicanos doidos para conhecê-las melhor.

As 20hs em ponto os dois apareceram no hotel. De banho tomado e todos arrumados e bem vestidos. Perguntamos aonde iríamos e eles disseram para não nos preocuparmos. Eles disseram que estavam de carro e iriam fazer duas “viagens” para levar todo mundo, pois não iríamos caber todos de uma vez.

Na porta do hotel tinha uma BMW preta novinha e esse era o carro deles. Todos nós nos entreolhamos e percebemos que os caras não eram “fracos”.

Quando chegamos à boate, era um misto de boate e restaurante e adega. Eles me disseram que naquele lugar o presidente do USA tinha ido jantar e tomado uma garrafa de vinho de U$ 50.000. Logo me veio à mente. “To ferrado” não vou poder nem tomar água aqui dentro.

A mesa estava feita, éramos em 8. O mexicano se adiantou ao garçon e pediu. Uma garrafa de Whiskey! Fui checar o preço U$ 220,00!



Claro que uma garrafa em oito não seria um estrago, mas essa garrafa secou rapidamente e logo veio a segunda e a terceira garrafa já não abaixava tão rápida, pois todos já estavam veio “altinhos”. E a conta também! U$ 660,00 em três garrafas de Whiskey e 8 latinos bêbados em um dos lugares mais caros de Miami Beach. Dançando e agitando toda boate.

Quando o garçon chegou para mim (que era o único do grupo que falava inglês) e disse:

- Mr. The manager wants you to check the drinks now! (o gerente queria que pagássemos aquelas bebidas). Nós teríamos que pagar toda aquela conta se quiséssemos continuar lá. Nesse exato momento uma briga começou no meio do salão e eu disse ao garçon:
- Why dont´t you worry about the trouble makers? (Porque não se preocupa com os arruaceiros)

- Sir, those are your friends! We called the police!(Senhor, eles são os seus amigos, nós já chamamos a polícia).

Foi ai que percebi que a coisa estava pegando.... (continua)

sábado, 18 de setembro de 2010

Miami Beach I


O Brasil passou por momentos que se hoje contarmos para alguns pode parecer uma coisa de louco. Na realidade pode até parecer mentiroso, mas muitas pessoas que lerem esse post poderão lembrar-se dessa época.

Nós vivemos uma época que a economia era uma loucura. Inflação de 3% ao dia, deixar dinheiro na carteira era mesma coisa que rasgar dinheiro. Usava-se cheque de forma indiscriminada, até para pagar um maço de cigarros.



A única moeda que dava um sentido a estabilidade econômica ou a um referencial de valor era o dólar. Então você poderia manter o referencia de quanto algo valia se mantivesse o preço em dólar na sua cabeça.

Mas o dólar subia desesperadamente todos os dias. Mas se uma coca-cola custava U$ 2,00, amanhã também custaria e assim por diante. Mas em cruzeiro um dia era Cr$ 500,00 no outro dia Cr$ 515,00 e no outro Cr$ 535,00. Loucura total.

Para manter o referencial você comprava dólares, quando recebia seu salário, parte deixava aplicado no banco (o chamado over night) e para uma reserva especial, você mantinha uns dólares. Mas não pense que se comprava dólar com facilidade. Tinha o preço do dólar oficial e o preço do dólar paralelo. Cada pessoa somente poderia comprar dólares pelo preço oficial um limite de U$ 1000,00. No paralelo o preço do dólar dobrava de valor.

Algumas agências de turismo faziam às vezes de agência de câmbio, o que não era permitido também. Porque compra e venda de moeda estrangeira somente estava autorizado pelos Bancos. Mas essas agências faziam o seguinte. Pegavam seu passaporte, lhe davam uma passagem para Miami, e dos U$ 1000,00 que você poderia comprar você somente comprava U$ 400,00 pelo cambio oficial. Alguém aqui tem dúvida que eu não entrei nessa???

Eu não tinha nada a perder, iria ficar 10 dias em Miami, não iria pagar a passagem, mas em contra partida somente iria levar U$ 400,00 e uns U$ 200,00 pelo preço do paralelo. Mas naquela época se você trouxesse um vídeo cassete que custava U$ 200,00 poderia vendê-lo aqui por U$ 800,00.

Para fechar a conta, vamos lá, eu ficaria 10 dias de graça nos USA. Você toparia?

Um amiga e o irmão dela toparam fazer o “esquema” o que iria deixar a estadia ainda mais em conta porque iríamos dividir o hotel em três.

A passagem aérea era pela Avianca, e teríamos que pernoitar em Bogotá. Uma oportunidade a mais para conhecer um país diferente. Chegaríamos de dia e o vôo para Miami seria somente na manhã seguinte. Legal dar um role na noite de Bogotá, na época a mais perigosa cidade para se viver na América Latina por conta do tráfico de droga.



Embarcamos para nossa viagem e quando chegamos a Bogotá um agente da Avianca já nos orientou: - Señores, tiene una buseta esperando para llevarlos al hotel.

A primeira pergunta que eu fiz: - Mas vão caber todos dentro de uma só?

Aquela noite em Bogotá foi pitoresca. Fomos orientados a não deixar nada de valor no Hotel e também não deveríamos levar nossos passaportes se saíssemos à rua. Acompanharam? Não era seguro deixar nada no hotel e nem tampouco levar conosco. O que não nos impediu de conhecer o centro de Bogotá, muito agitado até tarde da noite e patrulha da policia fazendo batidas policiais em todas as esquinas.

Não fosse essa viagem permeada de novidades o que iria nos acontecer em Miami naqueles dias seguintes era algo inacreditável..... (continua)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

São Paulo


Quando eu era criança muito pouco eu considerava ou avaliava da cidade em que eu estava morando. Pois as coisas importantes que te cercam são os parques, as escolas e a casa de parentes e amigos. Fora isso sua vida esta limitada. Você não está preocupado com centro de compras, centros comerciais e se a cidade é muito grande ou não.

Mudei para Piracicaba com 6 anos e posso dizer que apesar de não ser uma cidade muito pequena era uma cidade muito provinciana. Eu vivia na rua brincando, as pessoas costumavam colocar as cadeiras nas portas das casa a noite e ficar vendo o movimento e na realidade fazendo um social.

Minha família nunca fez isso! Meu pai era um homem culto e minha mãe também, logo eles tinham uma visão bem mais abrangente do que a maioria das famílias, que vezes nunca haviam saído da cidade.

Meu pai viajava muito por todo Brasil e às vezes para fora. E tinha reuniões freqüentes em São Paulo e Rio.

Eu tinha uma vida muito gostosa, uma infância muito ativa e me diverti muito, mas logo fui crescendo e algumas coisas da infância já não me atraiam mais. Normal para todas as crianças. Mas eu tinha sonhos altos, tudo era muito legal, mas algo rolava dentro de mim que começava a me fazer sentir como uma carta fora do baralho.

Quando tinha 13 anos meu pai tinha uma reunião em São Paulo e me levou junto para conhecer a cidade. Eu achei aquilo bárbaro! E lá fomos nós para São Paulo. Saímos cedo para pegar o ônibus na rodoviária. A viagem durou cerca de 2 horas e pouco.


Logo que o dia clareava o ônibus vindo de Piracicaba entrou pela Marginal Tiête e seguiu rumo a estação da Luz. (Rodoviária antiga de São Paulo). Eu fique encantado conforme íamos passando pelos prédios e conforme passávamos pelo agito da cidade grande. Descemos da condução e seguimos do metrô da Luz até a estação Liberdade.

Durante o dia meu pai ficou em reunião e eu fiquei rodando pelas vizinhanças, claro que morrendo de medo de me perder.

Ao final da tarde partimos de volta para Piracicaba. Lembro-me como se fosse hoje eu falando para mim mesmo:

- Eu um dia irei morar nessa cidade eu nasci para esta vida e não para a proposta de vida de Piracicaba.
Devo confessar que aquela viagem mudou minha vida. Dois anos depois mudamos para Campinas, que já me aproximava bem mais de São Paulo. No ano seguinte fui morar fora do Brasil e quando voltei terminei meus estudos e fui para São Paulo fazer faculdade.



Adoro São Paulo, é algo realmente difícil de explicar, mas a cidade é incrível para as pessoas que tem essa tendência urbana.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Fantoches


Conviver com muitas pessoas no trabalho ou na vida social faz com que você acabe aprendendo como as pessoas usam de artimanha para conseguir as coisas.

Isso não é uma peculiaridade do ser humano, até quando temos uma criação, um cachorro ou gato, percebemos como esses bichinhos dominam nossas vidas. Eles são espertos e ensinam "truques" para seus donos. Mas quem gosta de bicho até sabe que esta sendo manipulado.

Agora incrível é quando as pessoas fazem isso e acham que não são percebidas. É uma construção de pequenos movimentos estratégicos, frases com um efeito, que na realidade quer dizer exatamente o contrário. É como construir um castelo de Lego. E o interessante é que acabamos vendo a pessoa fazer isso e deixamos para não desmotivá-la até porque a primeira reação seria negar que está construindo um cenário para conseguir seu objetivo.

Em treinamento de vendas eu ensino as pessoas a usar de toda a psicologia e estratégia para criar um cenário para conseguir o efetivo fechamento do negócio. Fazer o outro acreditar que está liderando a situação. Assim, é bastante fácil para mim perceber quando alguém quer fazer o mesmo comigo.

Têm pessoas que conseguem construir durante semanas as vezes até meses um cenário para conseguir determinada coisa. Porque não querem ser objetivas o que muitas vezes encurtaria um caminho enorme caso fossem objetivas ou no mínimo estariam sendo sinceras com o proximo.

Existem alguns comentários que são feitos justamente para puxar um determinado assunto e se você reagir de forma diferente, ou seja diferente da "maneira esperada" você surpreende aquele que quer armar um determinado cenário ou fazer você dizer algo que efetivamente não está afim.

Por exemplo: Se alguém chega para você e diz "-Olha eu cumprimentei aquele negro, você viu como eu não sou racista?" ou "-Eu até que não sou feio, viu aquela menina me paquerando?" ou "-Eu não fumo e não bebo, você vê como eu sou saudável?" ou tantos outros exemplos de frases que praticamente forçam você a dizer o que a pessoa quer ouvir simplesmente para massagear o ego dela. O que dizer nesses casos? Se você reagir diferente elas já saem vitimas. E se acham merecedoras de retratação.

No fundo todos nós agimos um pouco como manipuladores só que algumas pessoas fogem do bom senso. Aceitar que falou algo inapropriado é um ato de humildade. Trabalhar em um ambiente onde existem dezenas de pessoas articulando situações para se dar bem é uma coisa que estressa e faz você refletir se vale a pena estar nesse meio.

Assim ou acabamos sendo fantoches ou controlando as linhas. E você?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Practical Joke!


A gente quando é mais nova faz umas coisas que não dá para explicar! O caso aconteceu mais ou menos assim:

Morar em uma "república" quando se é estudante têm muitos pontos negativos, mas em contra partida têm muitos outros ótimos. Eu tinha umas amigas que vieram de Tatuí SP para estudar em Campinas. As três entraram na faculdade ao mesmo tempo e resolveram “montar” uma república.

Para mim aquilo era show de bola, porque elas tinham muitas amigas e cada uma fazia uma faculdade diferente e tinhamos muitas festas. A semana inteira tinha festa para ir e eu sempre ia acompanhando as meninas. Olha, eu conheci muita gente! Aproveitei bastante, aprontei bastante também!

Eu até relatei um carnaval que fui para Tatuí na casa delas. O fato é que a gente se divertia muito. O apartamento delas era de um dormitório, mas era bem legal e no prédio tinham outras republicas. Legal como era fácil se enturmar.

Para as pessoas que me conhecem, sabem que eu tenho um problema de dermatite no rosto. Nada sério e eventualmente fico com as bochechas vermelhas e não dura mais que um ou dois dias. Depende do stress...rs...rs...rs. Por conta disso, sempre fiz consultas com dermatologistas e acabei conhecendo tudo que esta rolando nesse assunto.

Um amigo que trabalha na indústria farmacêutica disse uma vez que nunca os laboratórios vão investir para achar a cura para dermatite. Pois não é algo "grave", as pessoas convivem sem problemas e acabam gastando muita grana em pomadas e cremes. Seria como matar a galinha dos ovos de ouro.

Mas voltando ao assunto das “repúblicas”. Estava eu um dia no apartamento das minhas amigas e lá chegou uma moça, muito bonita para visitá-las e ela chamava-se Ana. Ela era ruiva e com muitas sardas no rosto que davam um charme para ela. E logo fui apresentado para ela. E ficamos conversando na sala, ela fazia arquitetura. E ela me perguntou:

- Você está estudando o que?

Sem pensar muito falei:

- Medicina!

Minhas amigas arregaralam os olhos pois sabia que eu fazia Direito, mas elas eram minhas “cúmplices” e sabiam que eu estava brincando com a Ana, e resolveram botar “pilha” na brincadeira.

- Nossa que legal! Que ano você está?

- Quarto ano! Vou me especializar em dermatologia.

Quando falei "dermatologia", ela emendou:

- Olha que legal, sabe, eu tenho um problema aqui no meu rosto que vem e volta. Fica vermelho e desaparece......

- Deixe-me ver?

E fiz uma “consulta” para aquela vítima da minha brincadeira. Falei que parecia ser uma dermatite e que existiam medicamentos blá blá blá! Enfim, ela ficou encantada. Mas recomendei que procurasse um especialista, pois eu estava impedido de receitar uma vez que ainda era estudante.

A conversa estava boa e do nada, ela olhou para o relógio e disse:

- Nossa! Estou super atrasada tenho que ir.

E antes que tivéssemos tempo para desmentir a brincadeira ela saiu do apartamento e foi embora. Demos boas risadas do assunto e prometemos reparar a verdade assim que a encontrássemos novamente.

Cinco anos depois...

Já formado em direito, fui a um Cocktail na Prefeitura de Campinas onde haveria uma palestra. E quem eu vejo de longe? Ela mesma! Ana, que formada em arquitetura estava trabalhando na prefeitura. Fui à direção dela que estava sendo a anfitriã da recepção e estava com um grupo de 10 pessoas. Quando ela me vê abre um sorriso, me abraça e fala bem alto para todos:

- Amigos, este é o Dr. Marcos, ele é dermatologista e me ajudou a resolver um problema que eu tinha!

domingo, 29 de agosto de 2010

O Oportunista.



Eu não sou de fazer muitas criticas a questão do “sistema” no qual estamos inseridos até por entender que essa bandeira só pode ser levantada por quem está efetivamente buscando fazer algo. Mas essa semana que passou, fiquei muito irado com um fato e realmente conclui que esse país não é sério e o nosso judiciário também não é sério.

Esta semana passada, fui convocado para ser preposto da empresa em uma audiência. Para quem não sabe o preposto é quem vai representando a empresa em uma audiência junto ao judiciário e em alguma ação.

Hoje existe o juizado especial de pequenas causas que serve para “desburocratizar” o sistema.

Enfim lá fui, eu o advogado da empresa para uma cidade a 60 kilometros de distância. Lá encontramos a advogada do banco e o preposto (que também era parte no processo). Na audiência um advogado indicado para ser “mediador” mais um escrivão e um advogado substituto. E do outro lado estava o cidadão que moveu a ação e seu advogado. Foram 7 pessoas, mais toda estrutura do juizado para atender ao “direito” daquele sujeito.

O pleito inicial era de R$ 497,00, isso mesmo! Quatrocentos e noventa e sete reais!

Para entender: Ele pagou um despachante em campinas (que não foi parte arrolada na ação, senão seriam mais duas pessoas naquele circo) e ele encaminhou o dinheiro para um despachante na cidade do cidadão, mas esse despachante local fechou e sumiu com a grana que recebeu. Era um picareta!

Por conta disso houve a demora do documento ficar pronto até apurar os fatos. O cliente entrou em contato com o despachante de origem e este se prontificou a encaminhar (e pagar novamente os R$ 497,00) para outro despachante daquela cidade e sabe o que ele ouviu?????

-Eu agora quero receber “perdas e danos”!



Sete pessoas envolvidas entre advogados e funcionários públicos e das empresas, custo com viagem e estrutura que somam muito mais dos que o valor pleiteado, mas tudo em vão. Sabe por quê? Porque o “cidadão” não queria somente resolver o problema, mas sim tirar uma “vantagem”. Ele aproveitou o fato do despachante da cidade dele ter sumido com a grana e agora quer tirar proveito.

A audiência não deu em nada porque foi solicitado para localizar o despachante (que obvio não vai aparecer).

Mas quem é o culpado disso? O próprio sistema que aceita uma vergonha dessas. Esse espaço aberto que é para “preservar” o direto de alguns e deixa que oportunistas tentem lucrar algum!
E o pior é que não existe um limite, um controle ou algum tipo de punição para esses "esperctomen" que não visam reparações legítimas ou a busca de seus direitos. Mas sim querem usar a brecha do sistema para tirar proveito.

Eu saí da audiência envergonhado.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Australia III




Já dentro do avião para ir a Sydney eu estava mais tranqüilo pelo stress da alfândega na Nova Zelandia, mas claro que ainda estava com aquela sensação de chegar a outro país e também ansioso pela mudança de país.

Após fazer alfândega em Sydney sai para o desembarque encontrei com a Anne, segurando uma placa com meu nome. A Anne tinha cerca de 40 anos, solteira, trabalhava na IBM e morava em um bairro muito legal nos arredores de Sydney. Ela era a amiga da minha amiga. Eu iria ficar na casa dela por 4 ou cinco dias, mas logo que cheguei devido a viagem e stress, fiquei muito gripado.

Fui visitar alguns pontos turísticos, visitei um shopping enorme, mas não tinha ninguém fazendo compras, porque a Australia apesar de grande tem uma população pequena. Fui também a uma praia chamada “Bondi”, muito legal com restaurantes legais. Depois de 2 da comprei uma passagem para Adelaide onde encontraria minha amiga Denise.

Liguei para ela de Sydney e ela estava me aguardando. Eu estava querendo chegar logo em Adelaide, pois precisava arranjar um emprego o mais rápido possível. E lá fui eu para mais de 8hs de viagem de ônibus.

Quando cheguei em Adelaide minha amiga estava esperando na estação com um amigo o Chris! Fazia 10 anos que não nos víamos e tínhamos muito assunto para por em dia. Ela não tinha carro e pegamos um taxi, mas percebi que ela queria me contar algo.

- Marcos, tem uma coisa que eu preciso te contar!

-Beleza Denise pode falar.

-Então, na casa que dividimos tem um quarto para você, mas lá mora o Chris, o Nigel e mais uma amiga.

-Sem problema Denise, uma republica mista não vejo mal algum.

Nisso o Chris entrou na conversa e disse:

- Marcos, a Denise está preocupada porque não te falou antes a minha profissão!

- Ah Chris, beleza, você trabalha com o que?

- Eu e Nigel somos Drag Queens!

- O que é uma Drag Queem?



Reconheço que o termo não era conhecido na época. Era alias uma coisa nova. E eu fiquei confuso até a hora que ele disse que se vestia de mulher e fazia shows em uma Boite! Boite Gay!

Confesso que na hora eu fiquei “chocado”. Pois apesar de não ter preconceito eu preferia ter conhecimento desse detalhes dos meus “colegas” de moradia. Enfim, lá fomos nós, todos eram muito legais e divertidos.

Só que eles tinham uma vida invertida. Dormiam de dia e varavam a noite na boate. Traziam amigos para festas recheadas de bebida e maconha. Quando eu estava acordando eles ainda estavam bebendo.

Em um final de semana após insistirem acompanhei os dois até a boate. Estavam “montados” e a cena entrando no taxi, dois drag queens, minha amiga e eu. Deve ter divertido muito os vizinhos. O show dos meninos era muito bom e a noite foi engraçada e divertida. Eles eram os precursores dos Drag Queens que depois de alguns anos se tornaram conhecido no mundo todo. Até então eu conhecia somente o termo travesti o que definitivamente não é a mesma coisa.

Não avisei minha família e nem minha noiva, pois seria complicado explicar o que estava rolando. Comecei a procurar emprego, mas estava muito difícil conseguir um trabalho, pois cheguei no mês que havia entrado em vigor uma nova lei que punia em A$ 5000, dólares as pessoas que empregassem estrangeiros ilegais. O que era meu caso, apesar de possui um visto eu não estava permitido para trabalhar.

É claro que muitos ilegais estavam trabalhando, mas sem a mesma remuneração de um imigrante legal logo as empresas não estavam contratando novos trabalhadores nessa situação. Tentei vários trabalhos, mas o dinheiro foi acabando e dentro daquele quadro, não tive outra opção a não ser voltar para o Brasil.

Definitivamente desisti de trabalhar fora do Brasil, pois aqui estão minhas raízes.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Austrália II -


-Yes! (-Sim)

-Would you follow me please? (-Poder me seguir por favor)

Nesse momento senti um frio na espinha e a boca amargar! Algo estava errado e senti o chão abrir.... pois aquela não era uma abordagem de rotina, eu estava de boa no saguão e havia sido escolhido no meio da multidão por algum motivo.

Levaram-me a uma sala que tinha somente uma mesa uma cadeira e sem janelas. Lá dentro mais dois oficiais da alfândega começaram a fazer perguntas estranhas, de onde eu era, para onde estava indo, quem eu conhecia na Austrália e pediram para abrir minha mala de mão.

-Mas vocês querem ver minha mala de mão? Por quê? Isso é um pedido? E se eu me negar em autorizar vocês checarem minha bagagem de mão?

- Senhor isso não é uma opção! Nós estamos somente cumprindo uma formalidade.

-Mas vocês estão procurando o que? Drogas?

-Certamente esse é nosso objetivo senhor!

Nesse momento tudo passou como um filme na minha mente! Eu havia descido do avião em Punta Arenas e tinha deixado a mala sozinha no avião. Alguém poderia tranquilamente ter colocado qualquer coisa ilícita na minha mala. Eu não teria como explicar aquilo.

Ai começou o “desmanche” da minha mala de mão. Eu levava uma garrafa de pinga que foi aberta. Cada detalhe foi vasculhando, uma “necesserie” com “coisas” pessoais foram abertas, cheiradas, apertadas, iluminadas, quebradas e um pavor foi correndo por meu corpo. Fiquei muito assustado, tentei explicar que havia deixado minha mala sozinha por um período, mas gaguejei bastante. Minha adrenalina estava a mil!

-Sim senhor, entendemos! O senhor deixou sua mala sozinha em um aeroporto no meio do nada, não acha isso incomum?

Quando acharam um pacote que eu desconhecia a origem com um pó branco dentro e me perguntaram!

-Senhor o que é isso?

-Não sei!

-Mas esta aqui na sua mala!

-Tudo bem, mas não me lembro de ter colocado isso ai! Posso dar uma olhada?

Todos na sala já estavam me olhando de forma estranha. Foi quando peguei o pacote e reconheci o que era aquilo. Adoçante em pó. Conhecido como “Suquinha” da empresa “Siber”, era o precursor dos adoçantes tradicionais. Minha mãe comprava aquele adoçante por quilo. Eu adorava adoçar tudo com aquilo e ela certamente deve ter colocado um pouco na minha mala para eu levar comigo.



Esclarecido o engano e após passar por uma revista pessoal que incluiu uma visita das mãos do agente em lugares do meu corpo, que nem eu e nem ninguém havia visitado. Fui liberado para seguir viagem.

Nisso, minha auto estima estava destruída! Sentia-me humilhado e vulnerável. Mas eu tinha que chegar a Sidney onde a amiga de uma amiga... (Sabe essas coisas de brasileiro), estaria me esperando no aeroporto para ficar uns dias na casa dela antes de seguir para Adelaide encontrar minha amiga. Mas eu não imaginava o que ainda eu iria me deparar e como eu ficaria chocado!!!! (continua)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Australia I


Assim que sai da faculdade estava como a maioria dos jovens, pensando em novas conquistas, novas oportunidades e começar a encarar a vida de gente grande. Mas essa passagem é bastante dificil. Até a gente entender que férias de dezembro e janeiro e julho acabaram. Sim, porque quando a gente começa a trabalhar férias só depois de 2 anos de trabalho. E assim como outras coisas que a gente tem que se adaptar.

Eu ainda mantinha alguns contatos com amigos e em especial uma amiga na Australia e trabalhar fora do Brasil sempre brilha aos olhos dos jovens ainda mais quando já tem uma "porta aberta". E comecei a trocar cartas com minha amiga.

Eu estava noivo e a ideia era simples, eu iria na frente, me estabeleceria e depois minha noiva iria na sequencia. A Australia sempre foi um país com uma qualidade de vida alta e com otimas oportunidades de emprego.

Minha amiga me disse que morava em uma casa com outras pessoas, como se fosse uma "republica" e um rapaz que morava lá tinha ido para Inglaterra e tinha um quarto sobrando na casa. Logo eu poderia ficar hospedado lá. Minha amiga deu todo apoio e insistiu para que eu realmente fosse.

Devo confessar que a situação e a decisão não é facil. Juntar suas economias e encarar uma nova vida. Deixa pais e noiva para trás e buscar um trabalho em um país com uma cultura diferente apesar de eu já ter morado lá e conhecer os costumes.

Passagem comprada, visto tirado, mala pronta e lá fui eu. No aeroporto a despedida foi triste e com muito choro mas tinha um objetivo.

O voo saiu de São Paulo, foi para Buenos Ayres, para em Punta Arenas no Chile. Essa parada foi estratégica para abastecer o 747 300. Não existe nada naquele lugar o aeroporto não passava de uma sala de 5m x 5m. Ninguem precisava descer do avião, mas iriamos ficar ali por cerca de 1 hora e ja era mais de meia noite. Mas eu resolvi descer, só para dizer que pisei em um dos cantos mais ao sul de america do sul. Eu desci mas deixei minha mala de mão dentro do avião

Logo seguimos para Nova Zelandia e lá iria trocar de aeronave antes de embarcar para Australia. E fiquei no saguão do Aeroporto foi quando a policia local me abordou:

-Excuse Sir, were you in the plane from Argentina? (-Com licença, o senhor estava no avião vindo da argentina?)

-Yes! (-Sim)

-Would you follow me please? (-Poder me seguir por favor)

Nesse momento senti um frio na espinha e a boca amargar! Algo estava errado e senti o chão abrir.... (continua)


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Furnas e amigos


Aquela viagem seria realmente uma experiência muito marcante. Afinal, estávamos indo em seis amigos para uma represa com uma lancha para esquiar e passear em lugares muito lindos para visitar. Quem conhece Furnas em Minas gerais sabe o que estou falando.

Nossas compras de supermercado eram basicamente churrasco, macarrão e cerveja. Afinal alguém esperaria algo diferente? Próximo ao rancho tem a cidade de furnas, que é basicamente habitada por trabalhadores da hidrelétrica.

Mas uma coisa interessante, a cidade tem dois clubes. Um para os funcionários mais baixos e outro para os gerentes e chefes. Claro que os seis jovens na cidade era motivo de “novidade” e os rapazes locais não curtiam muito a idéia de perderem as “suas” meninas para os forasteiros. Mas elas não se importavam com essa questão, muito pelo contrario.


Logo a partilha das “meninas” já estava feita pelos meninos, mas uma delas era especialmente feia. O que rendeu um belo apelido. Fred! Pois ela lembrava o Fred Flintstone e por ai você via a beleza natural dela e não havia ninguém que se habilitasse a ficar com ela.

Mas a coisa ficou complicada, pois as “outras” foram bem claras, ou todas elas ficavam com os meninos ou nenhuma delas ficava, ou seja, isso incluiria a Fred! Era quase que um ato de caridade que elas estavam prestando! E teríamos que fazer um sorteio ou uma escolha para resolver aquele impasse! Mas naquela noite a coisa não rolou, ficamos de papo na praça central até tarde e ai então voltamos para o rancho.


Um amigo cujo apelido era “Muar” por seus dotes de inteligência era o mais votado para pegar a Fred, mas ele também apesar de “lesado” não queria ficar com a Fred para liberar o resto da galera. Foi então que surgiu a idéia! Iríamos fazer a brincadeira do “copo” pedindo ajuda para os “espíritos” que ali vagavam para indicar o nome de quem iria pegar a Fred.


Tudo arranjado entre os outros cinco e lá fomos nós. Fizemos o alfabeto em um circulo colocamos um copo virado para baixo no meio, todos com o dedo indicador em cima do copo e começamos a evocar os espíritos: “Espíritos que vagam por aqui, indiquem o nome de quem irá ficar com a Fred” Essa frase foi repetida varias vezes até que o copo começou a se mexer.... “M”........ “U”........ “A”....... “R”.

Não havia como contestar a decisão dos espíritos e na noite seguinte a Fred e Muar tiveram horas de diversão para um e terror para outro, tudo em nome da amizade!

domingo, 25 de julho de 2010

O Porre!

Susan era uma americana com 1,83m de altura, muito magra e uma pianista de mão cheia. Ela veio da Pensilvânia USA e estava aqui fazia poucas semanas quando me ligou. Eu cheguei a casa na qual ela estava hospedada e ela me recebeu na porta. Um vestido de florzinha cheio de fru-fru e estaria ótimo se estivesse em uma boneca e não em uma pessoa.

Depois de alguns meses recebendo algumas dicas de amigas ela começou a se vestir um pouco mais compatível com uma jovem de 18 anos, mas ela era muito recatada e quando a gente saia ela bebia, mas se gabava de nunca ficar “bêbada”. Ela era toda certinha e falava sempre baixo. Uma menina de berço, família religiosa e estava conhecendo uma nova realidade aqui no Brasil.
Eu tinha um grupo de amigos e amigas bem grande, coisas da idade. Sempre indo pra baladas e eu levava a Susan junto. Até que chegou o Carnaval e combinei com algumas amigas para ir para cidade delas curtir o carnaval. Todo mundo sabe que carnaval em algumas cidades do interior é show de bola. Minhas amigas conheciam a cidade toda e tinham muitos amigos. A receita perfeita para diversão garantida.

A Susan nunca tinha ido a um baile de carnaval e aquela seria uma ótima oportunidade.

Expliquei para ela como eram as coisas e que geralmente a “turma” fazia fantasias para ir aos bailes. E ela entrou no espírito da coisa. E fez uma fantasia para cada noite.


Logo na primeira noite ela apareceu com um vestido ou “beca” da Roma antiga. Um traje bem legal com um ombro de fora. Antes de irmos para ao clube passamos na casa de um amigo para dar uma calibrada e quando chegamos começamos a beber caipirinha e cerveja. E perguntei para Susan:

- Susan, você não vai beber nada?

- Vou, mas você sabe que eu não fico bêbada nunca.

-Mas você quer ficar bêbada?

- Quero, mas não fico!

- Se você quiser, eu faço com que você fique bêbada, mas vai ter que fazer exatamente o que eu te mandar e se você não ficar bêbada eu não me chamo Marcos.

- Tá ok, combinado!

Ai eu dei um copo de pinga pura para ela e todos se reuniram ao lado dela e começaram a cantar “vira – vira – vira”. A galera quer ver o circo pegar fogo. Na seqüência uma lata de cerveja e uma dose de whiskey. E nem bem ela terminou de tomar essa “carga” de álcool virou para mim e perguntou: - Ei como você chama heim?

Claro que era provocação, mas não me deixei abater e dei outro copo de pinga para ela. Mais uma cerveja e mais uma dose de whiskey. E mais pinga, cerveja e whiskey. E seguimos a pé para o clube.

Nessa altura a Susan já estava bastante enturmada com um amigo e quando chegamos ao clube perdi a Susan de vista e entrei no espírito da festa. Sabe salão de carnaval todo mundo dançando em um sentido, girando como se fosse uma grande “roda”.

Passado algum tempo minha amiga virou para mim e disse:

- Marcos, por acaso aquela não é a Susan no meio do salão?

Eu olhei e nem acreditei no que via. A Susan agarrada no meu amigo dançando e aquela fantasia de romana com somente um ombro ficou muito mais interessante. Pois conforme ela pulava no meio do salão um dos peitos ficava para fora do vestido e ela nem percebia. Estava bêbada!

Logo eu continuei me chamando “Marcos”.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Misto Quente


Eu nunca fui uma pessoa gorda, na realidade era até bastante magro ao ponto de preocupar minha mãe. Ela achava que eu comia pouco. Chegou a comprar levedura de cerveja para eu tomar. Não me pergunte porque mas acho que é porque abre o apetite.

Eu era preguiçoso para comer então não faltavam guloseimas nas proximidades para ver se eu caia na armadilha. Eram potinhos de chocolate, potinhos de amendoim, balas e outras coisas mas nada...

Com o passar do tempo acabei procurando maneiras de manter a saude e logo estava em uma academia das mais badaladas da cidade, na realidade a mais badalada. Tive nutricionista e as refeições começaram a ser balanceadas com suplementos. Fiquei nessa academia por 5 anos e devo ter conversado com 3 outros alunos(as) pois a turma lá era bem esnobada.

Por conta disso mudei para outra academia, sabe aquelas de marombeiro, onde o pessoal treina com pesos absurdos, e participam de competições de fisioculturismo e braço de ferro. Nessa academia me dei bem melhor, uma turma legal e bastante focada em treinos.

Não preciso nem dizer que minha mãe não se preocupou mais com relação a peso pois já não estava mais tão magrela e muito pelo contrário. Logo arrumei um personal e os treinos ficaram bastante intensos. Isso até eu começar a trabalhar na empresa que atualmente estou.

Por conta da carga horária deixei de treinar e quando eu pensei em voltar a treinar, comecei fazer um MBA e ai fiquei totalmente sem tempo mas um hábito eu mantive.... comer!

Hoje voltando para casa no final do dia parei em um pequeno "mall" que tem varias lojas e uma boulangerie (padaria mesmo), e pedi um misto quente com tomate. Gente, alguém pode me contar porque o misto quente de padaria é duzentas vezes mais delicioso do que fazemos em casa? O que o "chapeiro" coloca naquela chapa?

Enfim, como é bom desfrutar dessas delícias que apesar de simples dão um momento de prazer.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Terroristas no RJ


“Nos últimos 10 meses, pelo menos cinco bueiros explodiram nas ruas do Rio. Os pedestres estão com medo: "eu passo e vou desviando dos bueiros, mas, mesmo assim, é perigoso", explicou uma carioca.”

Eu retirei essa frase de um artigo do G1, que falava sobre os bueiros que explodem no Rio de Janeiro. Eu estou louco ou alguém pode me explicar o que esta acontecendo. Quando eu digo explicar não quero que me dêem a explicação técnica do “porque” um bueiro possa explodir. Mas explicar como as autoridades estão tratando desse assunto.

O fato é que o artigo ainda fala que as autoridades irão resolver o problema, mas até 2014! É isso mesmo dois mil e catorze. Eles precisam de 4 anos para que os bueiros parem de explodir. Mas, desde quando bueiro é para explodir? Será que o mundo esta de cabeça para baixo e bueiro explodir virou rotina. Porque se 5 bueiros explodem em 10 meses, são efetivamente 6 por ano, então até 2014 teremos mais 24 explosões.


Como os responsáveis têm a cara de chegar para a população e falar; “Nos próximos quatro anos iremos soltar 24 granadas no meio das ruas do Rio de Janeiro”. Porque é exatamente isso que estão nos dizendo e o prazo está “aceitável”. Que clima de terror é esse? Nós não temos Al Qaeda, Ira, ETA, mas temos “bueiros” terroristas. Isso é uma piada? Se for é de muito mau gosto!

Mas esse assunto é porque quero chegar a outro!

Não existe mais espaço na inteligência coletiva para engolir essa conversa das autoridades protelando uma coisa tão séria quanto essa. Onde eles entendem que a população tem que aceitar um disparate desses?

Eu vejo isso como um motivo de mobilização publica dos moradores da cidade exigindo providencias imediatas para solução do problema, pois é inaceitável esperar quatro anos. Eu gostaria dos nomes dos responsáveis para pode entregar as futuras vitimas, caso sobrevivam ou a seus parentes.

Os tempos são outros e engolir uma história dessas não dá!


quinta-feira, 15 de julho de 2010

You say good bye! I say Hello!



Uma coisa interessante que acontece com a gente ao longo da vida é a criação de rotinas. Temos rotinas, nas coisas mais simples. O fato é que nem percebemos mais por conta do piloto automático que ligamos.

Quando acordamos, horário, o banho, onde você deixa os chinelos a ordem que se lava no banho, a maneira como se veste. Os horários que tem que seguir. No trabalho a coisa continua quase que a um ponto de ser considerado “TOC”. Estacionar o carro, o “bom dia”, como organiza sua mesa, como lida com os diversos assuntos a ser tratado durante o dia.

Não bastasse a rotina do dia a dia, tem a rotina do final de semana. Acordar mais tarde, levar o cachorro para passear, como toma café da manhã, o preparativo do almoço, ou mesmo ficar sem fazer nada tem que estar dentro do “script”. Sair sábado a noite está quase como “obrigação”, pois você precisa de se divertir e “ver gente”. O domingo ahhhh você pensa que é diferente, mas pense nos seus últimos 5 domingos e veja como eles foram muito parecido.....
Por conta dessa rotina, não vemos à hora de sair da rotina. Férias! Ou em um feriado prolongado. E lá está! A rotina do feriado e das férias. Nossa vida é movida pela rotina só que tem uma hora que você não agüenta mais e quer SAIR da rotina. Ai, o que você faz? Cria as ações fora da rotina. Que na maioria das vezes não dão certo.

Você já passou por uma situação como esta? Quando esta trabalhando e no meio daquela loucura e correria e o tempo está frio, e começa a chover e você pensa! “Que vontade de estar em casa, em baixo da coberta, assistindo sessão da tarde!” Nossa é só o tempo virar que as pessoas querem se aninhar.

Mas o fato é que a rotina é boa. Por mais que reclamemos dela, no final das contas ela é boa. Viver uma vida sem rotina pode parecer um sonho, mas você enjoa mais rápido do que imagina, fica entediado, porque todas outras pessoas estão na rotina.

Eu vou ter que ficar uma semana em casa por conta de uma cirurgia que vou fazer amanhã e por mais que essa semana pareça uma semana de “descanso” e recuperação, eu preferia manter a minha rotina, pois ficar em casa nessa situação é muito chato.

O que importa mesmo é o equilíbrio do que você faz. Trabalhar tendo prazer no que faz e gostar de voltar para casa Querer o final de semana, mas não se irritar porque é segunda feira. Tirar férias e saber curtir em casa ou em uma viagem, pois esse período é para recarregar energias para voltar a sua rotina com equilíbrio e qualidade de vida.

sábado, 10 de julho de 2010

É de GRITAR MESMO!



Feriado de 9 de julho em São Paulo, quem é de fora pode pesquisar na Internet para saber, porque vai ficar melhor explicado do que eu tentar fazer aqui e também este não é o motivo do Post de hoje.

Aproveitei o dia de folga para poder visitar o museu paulista (atual) conhecido como museu do Ipiranga. O palácio da família real e onde morava Dom Pedro. Pobre! O museu é pobre! Sempre tive vontade de conhecer o museu do Ipiranga e nunca tinha tido a oportunidade. E criei uma expectativa que foi frustrada ontem.

Não quero fazer comparativos com outros museus que já visitei, mas pela história do nosso país ser tão recente e o local onde está o palácio ser tão imponente o que encontrei lá dentro deixou muito a desejar. Mas imagino que deve ter sido saqueado e “expropriado” por tantos corruptos que dirigiram o nosso país desde a época do Império. Mas nada me assusta mais com um país que não preza pela memória.

Gostaria de ter visto as coisas bonitas da época do Império, roupas, moveis, jóias, livros etc. Eu encontrei resto de obra, cacos velhos, móveis que deviam de estar no sótão do palácio. Uma vergonha, uma pobreza. Se fechassem o palácio só para apreciar o lado de fora já seria suficiente, mas visualizar a miséria lá dentro é de dar vergonha.

O que me impressionou bastante (que foi pouca coisa) foi o quadro do Pedro Américo retratando o “grito” de “Independência ou Morte”. Um quadro maravilhoso de 7m x 4 m que fica no salão principal e estamos proibidos de tirar fotos. Eu quis tirar uma foto, mas o vigia proibiu por questões de “segurança”. Sabe medo de alguém roubar aquele quadro “tão pequeno”, ou então quem sabe alguém tentar plagiar o mesmo.

O quadro impressiona, mas não vamos ser tão ingênuos de acreditar que as coisas aconteceram como ali retratadas. Os cavalos as roupas e tudo mais. É como querer acreditar que o quadro da Santa Ceia aconteceu exatamente daquele jeito.

Mas como não poderia deixar de ser, a máxima que rola no meio jurídico, de dizer que nada se cria e tudo se copia, aconteceu com o que mais me impressionou no museu. Descobri o quadro “Friedland” de Ernest Messonier, pintado em 1875. Que retrata uma cena de Napoleão na vitoria da batalha de Friedland 1802. Será que a cena é coincidência? Não precisa ser muito esperto para perceber as semelhanças. Inclusive Pedro Américo foi acusado de plágio. (abaixo)




Então quando ouvimos as pessoas falarem que este país não é sério dá até para entender o por que! São as pequenas e grandes coisas que fazem a diferença. O que eu vi ou melhor deixei de ver é de Gritar no Ipiranga. Mas recomendo que quem tiver a oportunidade que faça uma visita ao Museo Paulista para conferir o que disse. Fica aqui meu Pitaco.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O PREÇO DO SEU TEMPO!


Quanto você é dono do seu tempo? Essa pergunta eu somente consegui responder após uma reflexão a respeito de quando fui contratado em um dos meus primeiros empregos.

Na realidade eu já tinha trabalhado por um longo período em outras atividades mas nada era tão “responsável” quanto a participar de um programa de gerentes do banco Mercantil de São Paulo, o Finasa.

Eu estava morando em São Paulo fazendo faculdade e procurava um emprego para me manter e fui selecionado pelo Finasa para fazer parte do grupo de sub gerentes de agencias. Era uma ótima oportunidade de carreira e fiquei bastante animado. Claro que eu não tinha experiência em assuntos bancários mas não teria dificuldade para aprender até porque seria feito um treinamento durante 10 dias.

Quando recebi o telefonema para levar meus documentos ao RH fiquei muito feliz e lá fui eu. Fiz exames adicionais, teste psicotécnico. E após aprovado me mandarameu comparecer na sede administrativa na av Ipiranga às 7hs da manhã.

Fui atendido por uma moça do RH de nome Silvia, que me acompanhou a uma sala enorme de reuniões no décimo andar. Era um auditório, mas estava vazio. A moça com um sorriso no rosto disse: “-Olha, você pode descer às 12hs para almoçar, volta às 14hs e pode sair às 18hs.” E me deu toda informação que teria uma coordenadora para treinar a nova equipe. Eu achei muito legal. Ela foi saindo da sala e antes de eu sentar perguntei: “Silvia, Silvia... mas... cadê as outras pessoas? Que horas começa o curso?”

Ela com o mesmo sorriso “Doriana” me respondeu: “Marcos, ainda não contratamos mais ninguém, estamos ainda em processo de seleção e o treinamento somente começa após contratarmos todos!”

Bem, fiquei uma semana sozinha naquela sala, entrando as sete da manha, fazendo duas horas de almoço e indo embora às 18hs, de terno e gravata, sem ter ninguém para conversar e sem ter nada para fazer. Somente na segunda semana alguns outros se juntaram a mim. Claro que perguntei se poderia esperar em casa. Mas....

Foi ai que eu comecei a entender... Eu vendi o meu tempo para o Banco então, como já que estava recebendo salário nada mais justo do que eles decidirem o que eu faria, ou melhor, o que eu não faria naquele período. E no mundo corporativo essa é a realidade, nem sempre de uma forma tão direta, mas o fato é que você vende seu tempo! Então saiba o quanto vale o seu tempo!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

ALEGRIA


Esta semana eu tive duas grandes alegrias e resolvi escrever aqui. Na realidade já faz algum tempo que tenho reparado que coisas que dão alegria são muito poucas. Não estou reclamando até porque tenho uma vida muito boa. Tenho uma boa família, um bom trabalho, uma boa casa, bons amigos!

Mas estou falando de algo que acontece que nos dá uma alegria difícil de entender e explicar o sentimento. Algo que inunda o peito da gente, que dá vontade de sair “gritando” RS RS RS RS.

Então vamos lá, a primeira coisa que me deu uma alegria imensa esta semana foi entregar meu TCC do MBA que fiz. Pode parecer algo insignificante para muitos, mas para mim foi motivo de muita alegria. Comecei o Mba há 2 anos atrás e parece que foi ontem, mas ao olhar as notas, as provas, as aulas de sábado, os trabalhos a noite, as leituras, as provas. Tudo isso foi muito gostoso fazer, mas claro que foi puxado. E levar o trabalho impresso e encadernado na secretaria foi muito gratificante.

Outra coisa que me deu muita alegria nessa semana foi reencontrar (pela internet) a família que eu fiz intercambio quando era adolescente. Essa família foi muito legal comigo e tive grandes momentos com eles. Até fiz um comentário aqui em um post anterior sobre “roleta da vida”. Então poder ter notícias deles me deu muita alegria.

Então esta semana foi privilegiada, pois tive dois momentos de muita alegria.
Sempre fico atento para coisas divertidas que me acontece para poder contar em um post, mas a realidade é que temos menos coisas divertidas para contar, comparada com coisas sérias.

No dia a dia eu acabo me divertindo com amenidades e claro que somente com uma pessoa com “ritmo” do seu lado para que pequenas bobagens virem boas risadas. Mas risadas e momentos divertidos não são as mesmas coisas que essas duas alegrias que senti esta semana.

Assim aprendi a entender que nem sempre risadas são sinônimos de alegrias!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

FESTAS E PRESENTES.


Uma das coisas que eu mais gosto é de ir a uma boa festa!

Engraçado que durante a vida da gente, as festas vão evoluindo de forma interessante. Quando somos crianças as festinhas, com convitinho e bailinho é o que há de legal. Lembro que fui a muitos bailinhos. Você espera o momento do bolo e docinhos.



Já na adolecência, as festas vão mudando de foco. Elas já começam mais tarde, já começa a ser como que uma pseudo balada, já que a idade não permite sair. Então restava as festas nas casas dos amigos que serviam de pontos de encontro. Muito refrigerante e quase nada de comer.

Assim que vamos para faculdade começam as festas nas "repúblicas", ai é azaração pura, muita bebida e certeza de que a noite foi feita para curtir. Geralmente você vai sozinho, mas nunca termia a noite sozinho. Essas festinhas tem muita, mas muita cerveja e talvez um queijo fatiado e patê de atum com maionese.


Quando você sai da faculdade, começam as festas em boites. O que significa, "vou fazer uma festa e cada um paga a sua conta". Eu estranhei bastante essa "modalidade" de festa, porque no interior quando você convia alguém para uma festa, você é que vai pagar tudo. Mas em São Paulo a coisa era diferente. Os lugares eram incríveis, mas a única coisa que o aniversariante patrocinava era um lugar reservado. E comeu, bebeu??? Pagou!


Mais adiante os "doidos" começam a casar. E durante o ano começa a rolar uma ou duas festas de casamento. E cada uma melhor do que a outra. E quanto mais chique a festa, maior a preparação. Roupa, hotel, presente! Muitas vezes a preparação como convidado é um evento a parte.

Pouco tempo depois do "ciclo" das festas de casamento, começam os aniversários de um ano ou batizado dos filhos dos amigos. Ai você volta a comer coxinha, patezinho, hotdoguinho, e blá blá blá....

Nessa mesma sequencia começam as festas de descasamento. Porque virou moda festejar o divorcio. Ai os que descasam querem tirar o atraso! Se são mulheres começam a cuidar da beleza e do corpo... se são homens, acham que tem 20 anos a menos. Mas tá valendo.

As festas que envolvem presentes é sempre uma questão delicada. O que dar? Quanto gastar? Vai agradar ou não? Mas nada supera o que aconteceu no casamento do meu irmão! E é por conta disso que comecei este post.


Meu irmão casou-se há mais de 30 anos atrás, eu era uma criança e para mim, era uma coisa super interessante os presentes chegando em casa. Meu irmão e sua noiva abriam os presentes sempre juntos! Até que chegou o presente da tia da noiva de meu irmão, uma mulher de posses e que iria caprichar no presente. Um belo embrulho e parecia que iria surpreender e realmente surpreendeu. Os dois resolveram abrir o presente na frente da familia toda e quando tiraram o papel logo viram! Uma batedeira de ultima geração, uma tal de planetária (nunca mais esqueci o nome e nem sei o que significa). Realmente a tia tinha caprichado e quando foram tirar a planetária de dentro da caixa, uma grande surpresa! Lá dentro tinha uma batedeira velha, azul e branca de 1950, suja ainda do último bolo que tinha batido.



A tia deve ter ficado com "dó" de dar a tão jovem casal uma batedeira nova e ela ter aquela batedeira velha. Então nada mais justo que aproveitar a caixa e colocar a batedeira velha lá dentro!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Trem da Morte X - Final


Lá estávamos nós dentro daquele trem lotado rumo a Machu Pitchu. Eu confesso que estava muito cansado. Por estar a mais de 4000 metros nos Andes, tem-se muita canseira e o ar muito rarefeito torna a respiração difícil. Já estava a mais de 25 dias viajando, comendo mal, dormindo mal e andando muito. Claro que mascávamos as folhas de coca para ajudar. Tomei muito chá de coca que é bastante gostoso e não vicia e não deixa “maluco”, ok? A folha de coca é muito usada e não tem nada de droga.

Eu não agüentava mais as pessoas me oferecendo coisas para comprar, até leitoa dentro do trem e quando o trem chegava a uma estação muitas cholas e cholos vendiam seus produtos do lado de fora do trem, oferecendo pela janela. Eram dezenas de pessoas, jovens, velhos e crianças. E eu fiz uma coisa muito feia. Hoje me arrependo disso, mas naquele momento foi uma pequena “vingança”. Eu estava sentado na janela do trem e as pessoas vinham oferecer seus produtos e eu demonstrava interesse pelo que vendiam e eles se amontoavam próximos a minha janela na expectativa de me vender algo, eu apontava para um e depois para outro, eu virava para dentro e falava: “eu não vou comprar nada! Só que tomar o tempo deles” Bem, confessei! Coisa feia pois os coitados estavam trabalhando, mas eles são tantos o tempo todos que você acaba ficando estressado com aquela situação.

Chegamos à entrada das ruínas e eu estava morrendo de fome. Lá não iria ter um Mc Donalds e nem uma lanchonete. Tudo era muito precário e comprei quatro pães e quatro bananas. Comi pão com bananas que foram fatiadas na minha boca. Eu estava realmente me tornando primitivo.


As ruínas de Machu Pitchu são incríveis, imaginar que ali viviam milhares de pessoas em sociedade organizada. Eles tinham um sistema de transporte e comunicação que permitia que tivessem peixe para comer mesmo estando muito distante do mar. Enquanto você anda pelas ruínas você se admira com a precisão das construções, realmente impressionante! Você acaba fazendo uma viagem ao passado, se imaginando vivendo naquele lugar, como seria. É emocionante.

Minha missão estava cumprida! Eu me sentia muito orgulhoso de ter feito essa viagem, de ter passado por tantas situações e provações que não deu para colocar nos posts. O que relatei foi o mínimo do mínimo vivido nessa incrível aventura. Fiz muitos amigos, me diverti muito. Aprendi muitas coisas. Os Incas fizeram história, aquele lugar é mágico! Mas eu também fiz minha história, com minha própria conquista.

Não encontrei o Eduardo e nem o Ype conforme combinado. O Eduardo deu noticias após duas semanas. O Ype continuou viajando por mais um ano pelo Chile, equador e descendo o rio Amazonas até chega ao Rio de janeiro.

Ao pegar o trem de volta a Cuzco, comecei a viagem de volta. O Roberto me acompanhou na volta. A Simone resolveu ficar mais uns dias, o seu ex namorado Carlos não tive mais noticias.




Que bom poder voltar para casa! Levei cerca de uma semana viajando direto! Quando cheguei a Campo Grande, eu só tinha o dinheiro da passagem, um pacote de bala “kids”. O Roberto que estava comigo, não tinha nem dinheiro para o metrô. Comprei dois pães e duas laranjas e aquela foi nossa alimentação durante mais de 15 horas de ônibus até São Paulo. Peguei o ultimo ônibus para Campinas a meia noite! E finalmente cheguei em casa com uma coisa que eu não tinha quando havia saído.... Uma experiência de vida que me fez enxergar a vida de forma diferente.

Sei que os 10 posts foram cansativos, mas obrigado pelos comentários, pelos elogios, pelas criticas e pelo carinho de cada um que acompanhou aqui pelo blog, um pouco do que é, ou melhor, do que foi o Trem da Morte!

Fim!