sábado, 5 de junho de 2010

Trem da Morte I - INICIO


Quanto o telefone tocou algo me dizia que era para mim e não deu outra. “-Marcos! MarCOSSS!! É o Amauri querendo falar com você!” O Amauri? Pensei eu, ele dificilmente me ligava e fui atender.

“-Oi Amauri e ai que manda?” O Amauri começou a falar e falar que não entedia o que ele queria dizer, até que ele conseguiu acalmar e explicar o que estava acontecendo.

O Amauri estava na porta da igreja quando o dono do bar em frente chamou ele para ajudá-lo a conversar com um cara que estava lá, fazendo perguntas e não falava nem uma palavra de português. O Amauri tentou conversar com ele, mas ele também não entendia uma palavra. Aquele rapaz de 19 ou 20 anos com uma mochila enorme nas costas em pleno centro de campinas chamava bastante atenção. Eu tinha acabado de voltar do intercâmbio e fui a primeira referencia para o Amauri de alguém para conversar com o gringo aventureiro.

Bem, peguei o carro e fui ao encontro deles. Quando cheguei ao local encontrei um típico “back packer”, sabe esses europeus aventureiros, que põem uma mochila nas costas e saem para conhecer a Europa. Só que Brasil não é Europa! Campinas não é Milão, Roma ou Londres. Eu já tive muita vontade de fazer isso no passado mas, meu tempo passou! A Europa que tem infra estrutura para receber esse tipo de turismo, agora aqui no Brasil um turista desses corre sérios riscos.

O cara veio da Holanda e tinha descido no aeroporto de Viracopos, cerca de 20 kilometros do centro de campinas, veio andando e passando por todas as favelas possíveis e pela maior zona do baixo meretrício do interior paulista (Jardim Itatinga). Só esse caminho já era aventura suficiente para ele voltar para Europa com experiência para 10 anos.

Perguntei como ele se chamava e ele disse se chamar Ype (leia hiper) Botma e perguntei o que sabia de português? A resposta foi “zero”! Onde ia ficar? Ele não tinha idéia! Ele tinha trazido saco de dormir, panelas e uma calça jeans e pretendia ficar cerca de um ano viajando pelo Brasil. De cara percebi que o Ype era gente boa, liguei para minha mãe e ela liberou para leva-lo para casa.

Minha casa sempre foi muito movimentada, somos sete filhos e a casa muito grande e ficamos “preocupados” em deixar o cara sair sem destino e sem conhecer portugues então oferecemos para ele ficar uma semana em casa até ele se ambientar com o país. Logo descobri que era um cara divertido inteligente. Bem, eu com 18 anos tinha amigos saído pelo ladrão e saíamos direto para baladas.

O Ype foi fazendo amizades, aprendendo português e acabou ficando quase um mês em casa. Meu amigo Eduardo (que tinha feito intercâmbio comigo para Austrália) veio com uma grande idéia! Porque não juntávamos os três e íamos para Machu pitchu, pelo trem da Morte? E foi assim que começou nossa viagem. (continua)

15 comentários:

Luiza disse...

fiquei muito curiosa pra saber o resto !

BAU DO FAEL disse...

Se hoje você convidar um forasteiro para dormir na sua casa, ele provavelmente irá explodir tudo...nunca se sabe quem é terrorista....mas lá em 1950, não era tão problematico assim...rs rs rs rs....Não rsisti a piada..

Bem, não vai demorar 1 ano pra colocar a continuação...ok

abração.

Cris Medeiros disse...

Admiro quem tem coragem de fazer esse tipo de viagem, tentar uma experiência assim sem saber no que vai dar... Eu não conseguiria, te digo que isso bate em uma de minha fobias que é me perder num lugar estranho... Tá bom, perguntando ninguém se perde de verdade... Mas quem disse que fobia é algo racional? Eu tenho medo de me perder no Rio de Janeiro, cidade que nasci, é uma fobia, eu sei disso, tendo lidar com ela da melhor forma possível. Afinal, atire a primeira pedra quem não tem uma fobia que seja... rs

Beijocas

Nina disse...

Opa, gostei!
Já estou ansiosa pra ler o restante!

:-)

Robson Schneider disse...

Nossa Marcos, tenho amigos assim e morro de inveja de nunca ter tido essa coragem... de fato viu?
Abração

Fermina Daza disse...

Continua? Continuaaa!!! Ae!!

Ai, eu gosto de passar aqui, porque você tem muita história pra contar. Percebe-se tratar de um blogueiro vivido e cheio de cultura, principalmente com relação a outras culturas. Será que eu chego lá?

Posso te fazer uma perguntinha que tá coçando os dedos aqui pra digitar?

Me conta, esse estrangeiro era boa pinta? rsrs

Beijones, Marcos

Três Egos disse...

Deixou a gente curioso, agora conta tudo. rs. Bom, pelo menos você não vai morrer no final! Ufa, hoje não encararia uma história de tragédias... rsrs.

Espero que tenham feito uma viagem tranquila! rs

Abraço!

A Pimentiinha disse...

Quando eu tinha menos juízo do que tenho hoje, eu pensava em fazer isso... por uma mochila nas costas e sumir no 'mei' do mundo...
Mais eu, do nordeste, interior de alagoas, qdo tivesse vagando por aí iam dizeer que fugi da seca! srsrsrsrsrsrs

Já viajei este nordestão todo... mais não me arriscaria (nos dias atuais) a vagar pelo 'mundo'... deuzulivre! rs

não demora pra postara segunda parte!!!

bjOOsss

Flávia Batista disse...

Marcos...

preciso nem dizer, né?! Jpa tô ansiosa pela parte II! Você e suas aventuras!!! Adoooooro!

bjs

Lobo disse...

Nossa, que coragem de hospedar um estranho na sua casa... mesmo sendo gente boa. Minha desconfiança extrema não permitiria de jeito nenhum...

No aguardo da continuação!

Abraços Marcos!

Vanessa Souza disse...

Aguardando o próximo capítulo :)

Madame Mim disse...

Legal!
Vc tem bastante histórias bacana né?
Sempre achei que o que vale nas viagens são os amigos que fazemos e as aventuras que vivemos...
Se não do que vale a vida, não é?
Bjs

Isadora disse...

Você acredita que estou desde ontem tentando ler, mas sempre que começo, algo me chama e tenho que parar.
Que aventura e que generosidade hospedar alguém que você não sabiam absolutamente nada.
Vou para o segundo post.
Beijos

She disse...

Caramba... fiquei curiosa, depois volto pra ler o restante...beijos!

Italian Stallion disse...

Não resisti aos comentários e comecei a ler o blog :)

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