
O circo estava armado... meus amigos brigando na pista de dança, o garçon cobrando a conta, todos bêbados e a polícia chegando! Foi quando o Mexicano me perguntou o que estava acontecendo e eu disse: O gerente está duvidando da nossa capacidade de pagar essa conta. Eles querem nos colocar para fora. Nunca tinha visto um mexicano ficar tão afrontado. E eu servindo de tradutor para o gerente que já estava do nosso lado.
O Mexicano não se deu por rogado! Sacou do bolso um pacote de notas de U$100,00 enroladas com um elástico e contou 7 delas e entregou na mão do gerente. E ainda bravatou: - Nós não somos caloteiros não. E eu concordei com ele e falei para o gerente pegar o dinheiro porque íamos embora.
Nesse momento, tudo meio embaçado, comecei a ver luzes de lanternas vindas em nossa direção. Uma, duas e três luzes se aproximavam e policiais estavam segurando as mesmas e já foram perguntado:
- Who speaks english here?
Eu falando bem “mole” disse aos policiais, que éramos turistas, que estávamos somente tentando nos divertir, que a situação tinha ficado fora do controle porque um dos nossos amigos foi paquerar uma moça que estava acompanhada. Daí o motivo da briga.

Eles foram muito legais e pediram para que saíssemos e voltássemos ao hotel. E todos concordaram que já era hora de ir embora. Quando chegamos do lado de fora, umas 5 viaturas de polícia com suas luzes azuis e brancas piscando nos esperada do lado de fora.
Os mexicanos pegaram sua BMW (mesmo bebados) e chamamos um taxi para completar a lotação e seguimos escoltados pela polícia até o hotel que estávamos ficando. Chegamos ao hotel e ainda demos muitas risadas e continuamos nos divertindo muito aquela noite. Até que fomos dormir. E eles prometeram aparecer no dia seguinte.
Acordamos com muita ressaca. Mas tínhamos feito dois bons amigos e divertidos. Durante aquele dia eles não deram as caras. E tínhamos um telefone deles que não respondia. Ligamos naquele dia e no próximo e os dois simplesmente desapareceram.
Eu iria sair por três dias para ir até Orlando para os parques da Disney, e parte da turma iria ficar no hotel e eu os veria quando voltasse de Orlando. Mas ainda me intrigava o fatos dos dois rapazes simplesmente terem desaparecido.
Quando voltei de Orlando encontrei a turma. E nem bem terminei de dar oi, eles me disseram:
-Marcão, você não sabe o que aconteceu aqui! Os mexicanos vieram aqui assim que você foi para Orlando. Bem eles são empresários mexicanos e naquele dia o México entrou em uma crise econômica e eles tiveram que voltar às pressas para lá, pois os bancos estavam confiscando o dinheiro dos clientes (algo que vimos acontecer aqui com o Collor) e eles disseram que tinham mais de dois milhões de dólares investidos.
Enfim, eles não poderiam continuar em Miami, mas deixaram um presente para cada um de nós, o cartão de visita deles com telefones de contato e a conta de hotel paga durante toda nossa estadia lá.

Claro que tudo passou por nossas cabeças, mas eles eram do bem. Estavam se divertindo de férias e nada melhor que acompanhar seis brasileiros “duros” e fazer a festa com eles. Até rolou certo “affair” de um deles com uma das meninas, mas coisa normal de “ficantes”.
E assim essas “férias” foram totalmente fora do comum de tudo que poderia esperar.