Acredite Se Quiser!

“-Será que a Soraia não vem? Ela deu certeza que estaria aqui!”. Falei já meio irritado para a turma. “ -Vamos esperar mais 10 minutos e daí vamos sem ela.” Afinal essa viagem tinha sido super planejada e não era justo atrasar a chegada na praia por conta de uma pessoa. Já tínhamos feito varias ligações pelo orelhão e ninguém atendia na casa dela. Estávamos reunidos na frente da escola desde as 9hs e até Ubatuba levaria mais umas 3hs.

“- Chega galera, vamos entrar nos carros e vamos embora... infelizmente a Soraia vai ficar!” O Julio já estava agitado e foi chamando todo mundo para os carros e partimos todos para um final de semana prolongado.

Segunda feira na escola eram somente comentários do final de semana que tivemos. E a Soraia não tinha chegado à sala ainda, no primeiro intervalo vejo de longe a Soraia que andava lentamente em minha direção e fui ao seu encontro: “- Soraia... o que aconteceu com você? Perdeu a viagem!” Ela me olhou e quase chorando me disse. “-Tive que mudar as pressas, mas vou te contar o que houve!”

Soraia era de Fortaleza, veio para Taubaté SP visitar os tios, que era um casal bem jovem e acabou ficando por aqui. Depois de uns anos os tios mudaram para Campinas e ela com outra prima, a Sheila, vieram juntas. Desde que começamos a estudar juntos nos demos bem e conversávamos de tudo.

“-Marcos, vou te contar, mas não quero que ninguém mais saiba disso, porque não estou a fim de ficar dando explicações e respondendo as perguntas.” “-Na quinta feira à noite estávamos, eu e Sheila, arrumando a mala para a viagem, quando coisas esquisitas começaram a acontecer. A porta do guarda roupa começou a abrir sozinha, três quadros caíram da parede e a toda hora ouvíamos a porta da cozinha sendo forçada! Ficamos morrendo de medo. Chamei meu tio que disse que aquilo era coisa das nossas cabeças.” Ela quase nem respirava para contar e eu só ouvidos. E ela continuou.

“- Então, eu e Sheila ficamos encanadas com aquelas coisas, mas fomos dormir, assim que apagamos a luz, a janela do quarto abriu! Nem preciso contar que gritamos feitas loucas e meu tio veio correndo ao nosso quarto e a porta no fundo começou a ser forçada. Meu tio e minha tia começaram a mudar de idéia de que estávamos ficando loucas. Os quadros da parede começaram a cair novamente e passamos a noite toda acordados e chorando de medo sem saber o que estava acontecendo”.

Eu estava achando aquela história muito estranha e também comecei a achar um tanto forçada. Não sou espírita e tem certas coisas que não entram na minha cabeça, mas era a Soraia que estava contando. Perguntei: “- E ai Soraia, que loucura, que medo, mas e ai que aconteceu?” E ela continuou.

“-Então Marcos, depois da noite agitada, resolvemos ir à padaria e vimos um carro parado na porta de casa, quando olho para dentro dele, reconheci meu amigo Felipe, um amigo da minha família lá de Taubaté, ele estava debruçado sobre o volante, bati no vidro e falei: “- Felipe! Felipe! Acorda menino, o que você esta fazendo aqui? Não sabia que você viria! Acorda!” “Foi quando ele Marcos, virou para nós e com uma voz aterrorizante disse: “Eu não sou o Felipe, sou o dono desta casa.” “Bem, ele saiu do carro e entrou correndo para dentro da casa direto para cozinha. Saímos correndo para chamar a Dna Cleuza uma vizinha espírita pois algo não estava certo e ela parecia a melhor opção no momento.” Conforme Soraia ia contando a história, sentia uns arrepios na espinha.

“-Bem, Dna Cleuza chegou já rezando e o Felipe só repetia; Eu sou o dono da casa e quase matei seu amigo vindo de Taubaté... hahahahaha, eu sou o dono dessa casa e quero que vocês saiam daqui hoje!”

Encurtando a história, Dna Cleuza ficou horas com Felipe até que ele “acordou” sem saber onde estava e chorou muito, não lembrava como tinha vindo para Campinas. Minha amiga a Sheila e seus tios juntaram algumas roupas e saíram daquela casa naquele dia mesmo. O dono da casa foi procurado e disse que naquele local havia morrido o ex proprietário do imóvel.

Bem, história contada!!! Verdade?? Mentira?? Você decide!